Se eu não soubesse que palavras atravessam
um caminho tortuoso,
vindo da pouca dopamina no cérebro.
Se as palavras saíssem da minha laringe
de forma direta,
Talvez eu pudesse me segurar melhor
e não vacilasse tanto na hora de falar contigo.
Porém, agora tudo são travas em mim,
um mal de Parkinson em seu início.
Não sei mais dizer: “Eu te amo!”
Não sei dizer: “Eu te quero, meu bem!”
Não sei assim me expressar e continuar,
doente que estou.
Não sei criar uma sequência de metáforas.
O que posso fazer é sonhar,
(com o ato que envolverá
saber respirar fundo antes de falar
e falar sem esperar resposta)
seria dizer:
“Amor, como o dia está lindo!”
“A natureza me lembra você!”
”Tenho certeza agora
de tudo que vejo e penso
e faço e explico!”
E explicaria:
“Posso beijar tua boca,
com a minha língua racional.”
“Não há mais trancas doentias!”
“ Posso sentir você com meu coração pensante!”

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