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SINFONIAQuando eu chego
no teu aconchego,
sem pressa
começa uma sinfonia
de desejos.
Ontem,
você tinha
um boné enfeitando
os cabelos negros,
um decote provocante,
um sorriso sapeca.
Hoje,
há cheiro gostoso
nos cabelos molhados,
há orelhas enfeitadas
com brincos de argolas,
há um sorriso
ainda mais sapeca.
Agora a sinfonia
inicia seu movimento
mais ardente.
Com meiguice
você se insinua
toda nua
entre lençóis
e travesseiros,
uma doce sedução
de picos,
grutas
e fendas
oráculos de oferendas.
Na sinfonia,
há um rufar
de tambor.
Um limiar de êxtases,
uma dança de carícias,
nos sussurros
preces benditas,
nas bocas
beijos molhados,
acendendo a urgência
do momento sagrado
de fazer amor.
A sinfonia silencia
tarde na madrugada,
nos compassos dos espasmos,
nos acordes dos orgasmos.
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