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A ideologia e a culturaEscrito em 1953 por Ray Bradbury, “Fahrenheit 451” é uma ficção que se passa num futuro não muito distante. Uma América totalmente anti-intelectual está fora de controle.
Ali os livros são considerados mercadorias ilegais. A pena mínima para quem for pego com um, é ser internado num hospício. No livro, o personagem Guy Montag trabalha como bombeiro. Montag não é o típico bombeiro que muitos garotos e garotas sonham ser quando crescerem atualmente.
Minha torcida é que num futuro, o Brasil não seja tomado por bombeiros como Montag. Depois de uma guinada perigosa a esquerda, nossa guinada à direita tornou-se ainda mais perigosa. Montag passa seus dias queimando livros e as casas de quem os tem. Volta para casa à noite com a sensação de dever cumprido. O número 451 é a temperatura em graus Fahrenheit da queima do papel. Equivalente a 233 graus Celsius.
Como não poderia deixar de ser, no fim do livro o mundo em que o bombeiro Montag vive desmorona. Entretanto, o otimismo com o que pode surgir é muito pequeno. De repente, livros e leitores se revelam novamente. Uma tentativa de a cultura renascer das cinzas.
Saindo da ficção, nas últimas semanas assistimos várias tentativas do governo de extrema-direita brasileiro de enquadrar a cultura. Essas tentativas foram desde imitar discursos nazistas, até satanizar o rock. Não fosse a mídia, certamente o discurso nazista tinha passado incólume pelas gargantas dos brasileiros e o discursista continuando no cargo.
Se chegar, a ex-namoradinha do Brasil não chegará para salvar ou dar um jeito na cultura do Brasil. É uma tentativa desesperada da extrema-direita brasileira de seduzir a sociedade. Colocá-la contra quem se opõem
Aceitando, o rostinho de Regina Duarte que outrora já foi mais bonitinho, será usado exaustivamente pela extrema-direita para enraizar definitivamente sua ideologia na cultura brasileira. Primeiro o uso do seu rosto será uma espécie de chamariz. Depois um conta-gotas. Doses suaves e doce até o zumbi estar apto e pronto.
Todos os que tentaram o que se tenta no Brasil sucumbiram. Foram enviados para o capítulo doente da História. Não sem antes prejudicar outras sociedades no nosso planeta. Tocar em seus nomes é motivo de asco e desprezo.
Por ora, somos o cenário e o tempo perfeitos para a ficção de “Fahrenheit 451” se desenrolar. Para qualquer lado que olho vejo um bombeiro Montag e seu incinerador pronto para agir. Ao comando de um rosto bonitinho.
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