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SOFRERHá muito em jogo quando o sofrer se apresenta na nossa vida. É preciso considerar o tempo, para nos adaptar à rotina.
O sofrimento causado pela escolha difícil deixa doídas cicatrizes. Em quem sofre há sensibilidade diante do viver. Para Pedro Du Bois, “... há a tua vivência e a lembrança // a dor o parto a porta / o porto o ponto / a partida...”.
A dor não é o fim do caminho, mas, o começo do processo que nos envolve para criarmos condições que nos permita viver as experiências – exclusivas de cada um – nas decisões em que aprendemos as dores existentes em todos os caminhos.
Sofrer é polêmica e dúvida sobre o fazer e o não fazer; o certo e o errado nas horas difíceis e ácidas. São obstáculos que dão sentido aos incômodos, para motivar a busca do conhecimento sobre as nossas necessidades, limites e dar sentido ao que a dor propicia.
Encontro no livro Perder a Vida, de Paulo Hecker Filho, “... De tempo foram tecidos / e por isso nos revelam: / vivemos por ir sobrando / da morte de cada dia...”. O sofrimento atrapalha o cotidiano e, através dele, descobrimos a importância em valorizar cada momento de nossa vida. Nada é mais importante do que sorrir e ser fiel a nós mesmos, não esquecendo quem somos e nossas verdades.
Observo que, muitas vezes, mantemos o sofrimento em que nos envolvemos, quando abrimos mão das escolhas, vontades e gostos. Atitude que não permite, nem dá espaço para vivenciar os detalhes dos dias que fazem diferença no viver.
Quando saímos do conforto, aprendemos com sofrimento a nos envolver com nosso próprio rumo, propagando o tempo ao encarar a verdade e o desejo de enquadrar as regras de cada dia, como se fosse o único. Paulo Hecker Filho questiona, “... A esta hora até se pode usar / a palavra desencanto. / Tanto silêncio inutiliza a alma / Para quê?”.
Nosso mundo produz melancolia e sofrimento, em que nos coloca como culpados por tudo o que acontece. De que adianta nos colocar contra o sofrimento? Vivemos para diminuir a dor? Maura Lopes Cançado responde, no livro O Sofredor do Ver: “a vida na importância das formas em relação ao olhar... uma realidade além dos limites”.
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