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EXPERIÊNCIA E MEMÓRIAQuais são as chances de compartilharmos a experiência e a memória? Estabeleço responsabilidades e defino regras para o viver. Registro momentos que me permitem agir com liberdade para centrar o pensamento e, assim, relembrar o fato. Geraldo Vandré, nos anos 60, queria que o povo conhecesse e entendesse a sua arte como mensagem, como na Canção Nordestina, que fala da seca: “Que sol quente, que tristeza... / Que foi feita da beleza / Tão bonita de se olhar? / Que é de deus e a natureza? / Se esqueceram com certeza / Da gente nesse lugar”. Para Milton Severiano da Silva, “Vandré é um poeta que usa a canção para expressar a sua poesia”.
De certa forma, a experiência é a proteção para se viver com o olhar atento às necessidades. Ao compartilharmos o conhecimento multiplicamos as palavras e ações, não esquecemos quem somos. Assim, permitimo-nos seguir com liberdade e desejo, o que nos leva a experimentar o novo e ouvir o outro e, quem sabe, podermos “apalpar a realidade”. Antonio Olinto coloca, “Pudesse ao menos ouvir / uma palavra / e teria compreendido. //... O homem de que vale?”
Preservamos o que julgamos importante na vida, para compartilhar com o outro a experiência, reconstruir a memória e, assim, não esquecer o que cada coisa no mundo representa, sem perder o rastro de por onde andamos, para deixar a experiência como incitação ao novo olhar.
Memórias e experiências é a satisfação no viver, no amor e no trabalho; no pensar e agir; em valores e crenças; nas habilidades e hábitos. Ao serem expressadas e repensadas, maximizamos a liberdade na construção da consciência. Nas palavras de Sergio Bath, “buscando / encanto de palavras / neste dia de Sol // ... quisera entanto / que todas as flores / viesse um canto // restasse só o meu espanto / diante do real”.
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