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POEMA SEM RECADOSAlguém precisa desta noite agora ...
Sei que ela, assim, não poderá ser minha,
não tomará o soneto, que caminha
sem destino nas mãos do homem que chora.
Às vezes, tento agir feito arlequim,
mas sou triste, me calo quando vêm
as palavras, e finjo que estou bem ...
O verso nasce amargo, dói em mim.
Porém, alguém precisa desta noite,
e já não posso capturar estrelas,
nem no meu peito desejar contê-las ...
Posso, somente, oferecer o açoite
que gerei destes versos confinados,
- É o que digo, em meu poema sem recados.
(Parte do livro "14 versos", de William Mendonça, disponível para download gratuito em www.williammendonca.com.)
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