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HELOÍSA ALBERTO TORRES: Antropóloga, primeira mulher a dirigir o Museu Nacional Nascida no Rio de Janeiro, em 17 de setembro de 1895, Heloísa Alberto Torres era a terceira filha de Alberto Torres e Maria José Xavier da Silveira. Alcançou reconhecimento internacional por seus estudos e trabalhos nas áreas de antropologia, arqueologia e etnografia do Brasil – ocupando os principais cargos na área, inclusive o de primeira mulher a se tornar Diretora do Museu Nacional.
Passou parte da infância em Petrópolis, durante a gestão de Alberto Torres como presidente do Estado do Rio de Janeiro, quando foi aluna interna do Colégio Notre-Dame de Sion. Adquiriu diversos conhecimentos humanísticos e lingüísticos, sendo fluente em inglês e francês. Em uma de suas três viagens à Europa, durante a adolescência, escapou da morte em um naufrágio, ocorrido em 1907, em Lisboa.
Ingressou no Museu Nacional em 1918, quase um ano após o falecimento do pai, trabalhando como assistente do professor Roquete Pinto. Heloísa Alberto Torres, desde muito jovem, conviveu com alguns dos principais intelectuais brasileiros, amigos de Alberto Torres, como Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva, Alberto de Oliveira e Nilo Peçanha. Foi fortemente influenciada por Roquete Pinto e pelo desbravador Marechal Rondon.
Em sua carreira, foi professora da Divisão de Antropologia, Etnografia e Arqueologia, membro do Conselho das Expedições Artísticas e Científicas do Brasil, diretora do Museu Nacional, nomeada por Getúlio Vargas em 1938 (cargo que exerceu até 1955), professora de Antropologia na Universidade do Distrito Federal e na Faculdade de Filosofia do Instituto Lafayete (atual UERJ), entre outros. Foi uma das pioneiras da luta pelos direitos das mulheres no Brasil e representante do país em diversas Conferências e Entidades Culturais no exterior.
Aos 81 anos, em 23 de fevereiro de 1977, numa noite quente de verão, Heloísa Alberto Torres faleceu, vítima de insuficiência respiratória aguda. Seu corpo foi sepultado no mausoléu da família Torres, no Cemitério de Porto das Caixas. Como era seu desejo em vida, o sobrado colonial em que residiu durante os últimos anos de vida, ao lado de sua irmã Marieta, em Itaboraí, foi doado ao IPHAN, e funciona hoje como a Fundação de Arte e Cultura (FAC).
No acervo da Casa constam os estudos sociais realizados por Heloísa ao longo de uma extensa vida de trabalho, documentos de seu pai, Alberto Torres, que foi governador do Rio de Janeiro e uma proeminente figura política na virada do século XIX para o século XX, livros raros, correspondência – com destaque para cartas ao antropólogo francês Levi-Strauss – uma coleção de oratórios e imagens de santos, móveis antigos, e vários outros itens que garantiram à Casa de Cultura a inclusão do rol de museus pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
(Publicado no blog da Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres. Parte da série “Itaboraí e Tanguá em biografias”, de William Mendonça)
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