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EU E VOCÊ NO QUADRONo rosto, trilhas íntimas deixadas
soltas aos tons do vento, e cheiros vivos
do passado - sou menos do que sinto,
vou menos do que vôo, mas não paro ...
Na pintura, são seus sonhos que encontram
minha voz; na distância, são as viagens
que não bastam - percebo as impressões
do quadro, mas não os traços e a moldura.
Monet vem, cofiando a longa barba,
e se perde na névoa de um atalho
- impossível seguir aquele brilho ...
E quando, enfim, me vejo novamente
fora do quadro, noto que você
ficou presa ao delírio - virou bruma ...
(direitos reservados. Este soneto faz parte do livro "Banco de Talentos 2007", publicado pela Febraban, e do e-book "Alguns Sonetos que fiz por aí ...", disponível para download gratuito em www.williammendonca.com, onde foi publicado em 18/05/2008)
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