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FERNANDO PESSOA - E suas previsões Muito se fala sobre o poeta português Fernando Pessoa, realmente um dos maiores nomes da literatura em todos os tempos. Nascido em Lisboa, a 13 de junho de 1888, Pessoa ficou mais conhecido pela questão dos heterônimos – ou seja, das várias “personalidades” que assumia ao escrever poesia. Esses heterônimos eram como vários poetas dentro de Fernando Pessoa, produzindo obras poéticas particulares, diferentes e, às vezes, de estilos completamente opostos. Além disso, o poeta também produziu peças antológicas com seu próprio nome.
Dos heterônimos de Fernando Pessoa, os mais famosos são, certamente, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, seguidos de perto por Bernardo Soares. Desses é composta a obra mais original e intensa do poeta português, que não obteve o devido reconhecimento em vida. Mas em seu baú de personalidades, Fernando Pessoa ainda tinha nomes como Alexandre Search, Chevalier de Pás, João Craveiro, Antonio Mora e Charles R. Anon, entre outros.
No entanto, o que pouca gente comenta e que o poeta Fernando Pessoa era um grande amante da Astrologia, e de vários ramos do esoterismo. Era uma paixão intensa, que permitiu a criação de outro heterônimo – Rafael Bandaya. Era ele quem assinava os mapas astrais e análises esotéricas do geminiano Pessoa, e foi uma das últimas “personalidades” do poeta português a ser descoberta, somente 100 anos após o seu nascimento.
De fato, Fernando Pessoa tinha fortes ligações com o ocultismo e o misticismo, especialmente a Maçonaria e a Ordem Rosa-Cruz, tendo, inclusive, feito a defesa pública dessas entidades em artigo para o Diário de Lisboa mesmo sem nunca ter-se filiado oficialmente a qualquer uma delas.
Rafael Bandaya escreveu cerca de 3 mil originais, quase 10% da obra de Fernando Pessoa, incluindo pensamentos esotéricos, místicos, ocultistas e análises astrológicas – mais de 300 horóscopos. Como astrólogo, Fernando Pessoa – ou Rafael Bandaya – chegou a prever, com espantosa exatidão, o período de sua morte, que aconteceu em 30 de novembro de 1935. Conta-se, ainda, que o poeta chegou a cancelar um encontro com a poetisa brasileira Cecília Meireles, de quem era admirador, por considerar que, astrologicamente, o momento não seria propício – coisas do surpreendente e múltiplo Fernando Pessoa.
(Parte da coletânea "História de Poetas". Publicado no jornal A VOZ DE MARAMBAIA. Publicado no site www.williammendonca.com em 20/09/2008.)
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