Estava na calada da noite
com a alma dilacerada
Com as dores e olheiras profundas
de quem vive como se não vivesse ..
E os olhos brilhando de ódio e de dor
Olhar calado, sofrido, dolorido
E o tempo cinzento apontando o destino
Lembrando-me de seres ausentes
Amigos sumidos, laços mortos
Pela sombra do nada.
Sou louco por certo
Por pedir, buscar, implorar
A volta dos perpétuos tempos
Soam tumbas cobertas de flores
Da terra encobrindo e descobrindo
os mistérios secretos sem fim
Os loucos são cheios de desgraça
Pois a partida de alguém
Deixa na alma marcas profundas
Emudeco, me calo!
E sons surdos saem de meus lábios crispados
Os loucos confundem-se com a realidade
E pede um sinal do céu e cobre
de sigilo e silêncios
Resposta não tem
Ajuda não há.
Consolo não existe.
Uma enorme carga emocional
cobre as vidas dos que ficaram
Por eles, os loucos rezam e pedem Velando pedindo-lhes coragem...