O sol está se pondo, mas ainda está muito quente. O ar está impregnado de calor. É um bafo cáustico como que saindo da boca do inferno. Uma fornalha arroteada na terra esturricada. O chão em brasa. A sombra de uma árvore e uma leve brisa que sopra, de quando em vez, dá um pouco de alívio. Ainda assim, essa brisa também é quente. A boca ressecada, os lábios partidos, a pele úmida de suor..., essa quentura toda deixa estes homens amofinados. Até o chapéu coco, de couro, está quente. Abafa o juízo, quando devia dar proteção.
O juízo devia de estar arrenegado, com essa seca escabrosa. Mas qual o quê! ... Isso é visto com a fleuma de lagartixa quentando sol: apenas balança a cabeça e faz uns poucos muxoxos, vez em quando; às vezes, nem mesmo isso.

Página 15 / O Sertão dos curibocas, Crônicas dos Sertões I / e-book em amazon.com