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O Silêncio e a Dúvida “O silêncio é o mais perfeito arauto da felicidade”.
Isso dito por Shakespeare,
no arfar da sua avassalante criatividade! ...
Soa um tanto estranho aos meus tímpanos.
Arauto?!
Perfeito?!
Felicidade?!
Shakespeare?
Que se lambuzou com o mel de Romeu e Julieta?
Depois ceifou essas duas pobres almas!? ...
Entendo e respeito seu pensamento,
Shakespeare.
Gostaria apenas de fazer leves alterações.
Variações sutis,
tal como é sutil o meu silêncio.
Ou o quero que ele pareça...,
se é que posso ter mando
sobre meus anseios!
Arauto é mensageiro.
Pregoeiro!
Meu silêncio é apenas um alento.
Uma breve pausa pra pensar.
O uso do meu eu lógico,
enquanto esse
não é embotado pelo meu sentir,
ilógico e estonteante.
Sim! Shakespeare se lambrecou
com o açúcar de Romeu e Julieta!
Por que não eu?
Paridade de direitos,
independente da era.
No meu ponto de vista,
o silêncio tem distintas nuances.
Tem a ver com muito do que pressagio.
Depende da relação que tenha com algo que sinto.
Medo? ...
Recuo,
por conta de uma pequena dúvida?
Sei lá! ..., o silêncio tem muitas faces.
Será que respondi a questão?!
Ou fiz confusão!?
Dúvida atroz!
Uma barbaridade, sem dúvida!
Essa minha dúvida,
me consome sem me corroer.
Me acarinha sem me confortar.
Me inquieta...,
mais precisamente.
Será que essa dúvida
é um sinal de incerteza?
De fraqueza?
De temor?!
Embaraço? ...
Não vale a pena ajuizar.
Estou certo que é tão-somente
o meu lado sensível,
contendo-se pra não mergulhar de cabeça!
É apenas prudência.
Pura... e simples! ...
Sim meu caro Shakespeare.
Vou mudar seus termos
e não por duvidar de você.
Mas, porque quero me expressar,
a partir dessa sua reflexão,
reescrevo sua ponderação,
afirmando,
sem dúvida alguma,
que o meu silêncio
é o mais exato selfie
do meu lógico/ilógico
sentimento!
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