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Resolvendo complexidades de modo simples Um rasgo aberto no peito para caber o enorme coração cheio de amor! Lotado de amor pelo ódio, um cidadão conhecido por estraçalhar pombas da paz vivas, com os dentes. Mais assustador do que o Ozzy Osbourne com os morcegos. Pronto para apaziguar qualquer discussão simplesmente matando a todos os envolvidos e na sequência emborcar um conhaque com limão e sangue humano. Gelo nas veias. Teias no cérebro.
Um olhar pétreo, sem reações, sem emoções, apenas instinto, violento e assustador. É preciso talento para viver à margem de um mundo caótico, resolvendo complexos de modo extremamente simples, e incrivelmente aumentando o caos ao seu redor.
Um caminhante das trevas em plena luz do dia, sem exigências incomuns, sem escolhas difíceis, matando um leão por dia, um zoológico por semana, diminuindo a população do mundo por mês. Tempos fáceis, esses, para quem não espera nada da vida. O que se quer é eternizar a sua bagagem particular arriscando a vida por isso. Se morrer, ainda assim vira meme.
Fica mais difícil convencer pessoas sobre virtudes, incutir filosofias decadentes como moral, amor, justiça, respeito e hierarquia. Melhor largar e ficar à beira da avenida filmando os finais dos dias, os finais das vidas, constatando que não mais se luta; o que se faz é barulho antes de ser encaminhado à fila do matadouro, e quando se está inserido, silêncio. Passos sonolentos, comportamento subserviente para encontrar a morte sem olhar nos olhos do carrasco. Abdicar da vida da mesma forma como se viveu: com indolência e inutilidade.
Marcelo Gomes Melo
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