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MATINÊQuero a magia dos duendes,
quero a sabedoria dos druidas,
pra encontrar o caminho
por entre as brumas eternas
como a neve do Kilimanjaro.
Pode demorar,
que importância tem o tempo
na eternidade...
Então, quando você chegar,
eu estarei te esperando.
Faremos amor
nas noites de lua,
e deitaremos abraçados,
namorando nas noites estreladas,
até o sono chegar.
Mágico,
te colocarei para adormecer
numa bolha de sabão.
Sábio,
te ninarei até o amanhecer
com todos os versos que fiz.
Nas tardes quentes
depois das cinco,
descalços dançaremos ciranda,
enquanto a chuva de verão
brinca de gangorra
caindo das nuvens.
É a deixa
que o sol espera
nesses dias especiais.
Com caneta de sete cores
e um desenho cego perfeito,
o horizonte vai se colorindo,
pintando o céu de arco-íris.
Estaremos conectados sem fios
com a sopa primordial da criação
pela essência dos desejos.
Sem lixeiras,
linhas imaginárias,
dizimas periódica,
tela azul
ou botões de apagar.
Lagos de águas calmas
convidarão para um banho.
Fontes se oferecerão
para matar a sede.
Teremos um banquete
sempre pronto para a fome.
Faço dessas visões
meu plano B,
a eternidade não será
eternidade sem você.
Quero me desgarrar
da lápide terrena,
ficar surdo para os discursos
falando de quem eu fui,
e vou saber em quais corações
serei um sopro de saudade.
E um dia,
uma hora,
no tempo...
na eternidade...
Estaremos nós dois,
esquecidos pelas brumas
mas eternos.
Fazendo amor
ou bolhas de sabão.
Olhando para as estrelas,
ou comendo pipocas
na matinê.
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