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Nem pícaros, nem Cícero, nem Catilina!

O amor é tudo:
o absurdo..., o abrupto...,
o abjeto..., o obtuso..., o descarado...,
o imputável...,
o chamegoso...

O amor se adjetiva pela adjetivação
mais ampla e mais fugaz,
em todas as línguas!
Desde a beijada por Camões,
àquela sobejada pelos estúpidos...,
pelos empáfios...,
ou aquela que se aveluda
em volúpias..., e carícias,
com a lascividade de anjos tortos.

O amor arrebata!
Arrepanha desapiedado!
Furta, desfruta, refuta...
É um ladravaz de muita bazófia,
de muita jactância, de muito cabimento.

O amor é um bate-estaca
aporrinhando o juízo.
Ressoa no coração,
que bate feito tambor
porque não sabe ser outro som.

O amor e um falso diamante
dissimulado e reluzente!

O amor é tanto quanto tanto é o mundo;
o amor é surdo, mudo, cego,
sem sabor, sem odor, sem...,
sem..., sem..., ou cem?!

O amor é um veneno
lento e prazeroso:
mata tão lentamente
que passa desapercebido
ao funéreo vitimado! ...

O amor é próprio
quando é pessoal e intransferível!
O amor é muito
quando tem pertencimento de outrem,
transferível e aberto
e por vezes escâncara,
mesmo quando não pronunciado.

..., mal se percebe da morte,
aquele que está a morrer..., ou amar..,
ou...

De perto o amor parece púrpura,
mais à luz mostra-se com menos luz...,
menos mel...,
mais ácido...
Fede ou cheira,
de conforme com a estação,
que bem pode ser uma primavera
ou um intenso verão: estéril;
monossilábico; de uma única via...

Ou o aconchego de um inverno,
aquecido a vinho tinto
e lamúrias de volúpia.

 
   
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