O que eu faço com a saudade?
Pergunta inóspita, invasiva...
Merece resposta óbvia.
Mas não sou óbvio!
Porque tenho que responder?

A saudade é minha,
Faço com ela o que quiser.
Tenho esse direito.
Não preciso partilhar, se não me apetecer.
Muito menos explicitar
minhas maneiras,
pra satisfazer a curiosidade
de quem quer que seja.
Certo?

Ai! A curiosidade aumenta!
Está querendo mesmo saber!?
Encafifada!?
Apoquentada!?
Curiosa!?
Não adianta ser enxerida.
Fuçar meus pensamentos,
será de pouco valimento.
Vai morrer de indiscrição!
Não adiante sua furiosidade!

Mas, como hoje acordei
transbordando de saudade...
Entornando feio...
Vazando por todos os poros!
Resolvi satisfazer sua bisbilhotice.

O que faço com a saudade!
Se quer mesmo saber,
as faço besteira.
Muuuuuita besteira.
As vezes!

Prefiro sempre fazer uma caipirinha.
Gelo, limão, açúcar...
As vezes algo mais produtivo.
Sento no chão e choro.
Mas não choro de saudade.
Choro de compunção!
Principalmente quando esqueço
de comprar algum ingrediente
no supermercado.

Ontem, por exemplo,
esqueci de comprar batatas,
pra fazer um empadão.
Uma torta, se quiser ser mais objetiva.
Deliciosa a minha receita de empadão de saudade.

Hoje, com essa saudade toda,
me falta gelo,
não estou com vontade de fazer besteira,
sem disposição de ir ao mercado...
Pretendo fazer, dessa minha saudade,
BRIGADEIRO.