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...por isso mesmo!

Imaginei ser você...
Será que me enganei?
Muito possivelmente!
Não sei o que dizer.
Estou sem palavras.
Até me percebo,
tal a cruz que espanta o Diabo.
Ou não?!
Está fugindo de mim!
Não negue!
Está sim!
Está se esquivando.

Menti pra mim mesmo.
Quando fiz projeções.
Quando montei, na minha cabeça,
uma tramoia que agora me trai.
Corri atrás do que me incitava...
E em que deu?!
Nada.
Absolutamente...

Tem parecença
com “não sei lá o que”...
Essa minha falsa aspiração.
E é mais falsa que Santo do pau oco.
E não cheirei nada!
A não ser fumaça de óleo diesel
em ponto de ônibus.
Isso conta?

Mas, ainda assim...
Me deu ânimo.
Me fez sentir vivo!
Me alentou por um breve tempo.
Não serve de conforto. Não!
Saber que enganei a mim mesmo,
com tal sentimento...
Só me serve de alerta.

Tenho que me proteger de mim mesmo.
Não sei se de você,
visto que nem participou da treta.
Nem mesmo sei se você sabe que existo!
Nem mesmo sei se você existe.
Pode ser minha imaginação pejada.

Vou-me embora?
Sim! Saio da sua vida,
pra não mais voltar.
Tenha certeza.
Não sou tão desabusado,
mas posso aprender.

Se bem ouvi, o que não foi dito,
posso assim interpretar.
“Vá-se embora e bata a porta...”
O que não foi dito,
porque nem sei se é você, real,
ou uma versão da Barbie.
E fico por saber...

Prefiro assim!
Mesmo sem certeza
do que estou ajuizando,
posso pensar que
você foi o presente que nunca chegou.
Que nunca foi prometido!
Que foi uma ingênua confusão,
partindo duma carência efêmera.
Que desafia o puro e simples entendimento
da compressibilidade,
“nua e crua”, da maluqueira do meu juízo

 
   
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