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Âmago - parte 3 O mar é magnífico mundo inexplorado,
dádiva que provê o alimento consagrado,
oceanos que lançam périplos em devaneios,
alteroso alto-mar navegando aventureiros,
águas impetuosas criando ondas ao vento,
melodiosas águas firmando romantismo luculento,
alvas ondas que enlevam entoado cantar,
salgadas águas magnificentes ancorando o sonhar.
Somos o aborto ocultado;
somos a desonra em companhia;
somos o incesto generalizado;
somos o feto em arritmia.
Somos a bomba hedionda;
somos a inexatidão dos sentidos;
somos o ferimento com a sonda;
somos a fome dos desvalidos.
Somos a verdade que não existe;
somos a dissimulação perpetrada;
somos o dogma que insiste,
em mentiras reveladas.
Nossa íntima natureza nos revela:
Somos com um computador cheio de vírus!
Somos como uma máquina defeituosa!
Somos a inteligência nos destruindo!
Somos a maldade vergonhosa!
Vivemos em conflitos e frustrações,
semeando o caos angustiante!
Deslealdades em nossa ações!
Mentiras amiúde a qualquer instante!
Somos a vergonha do sucesso;
somos errantes navegadores;
somos culpados pelo progresso;
somos humildes sonhadores.
Somos o esperma ejaculado;
somos a magia em comunhão;
somos o espermatozoide fecundado;
somos mutantes em conspurcação.
Somos a energia enfraquecida;
somos o trovão cuspindo fogo;
somos a criança em estesia;
somos o destino em malogro.
Estamos num paraíso de exuberante natureza,
o inclemente progresso despreza sua beleza,
maltrata, açoita e conspurca um plangente futuro,
corrói, polui e desmata cingindo o céu em tom escuro.
Somos a transgressão dos costumes;
somos o poder transcendente;
somos a metafísica em negrume;
somos a irreflexão clarividente.
Somos o desalento da pobreza;
somos a anemia homicida;
somos eremitas em tristeza;
somos a pílula fratricida.
Somos a dialética excitante;
somos a retórica dissimulada;
somos a ignorância flagelante;
somos a plêiade alcoolizada.
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