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CAMINHOSCAMINHOS
por Tânia Du Bois
“A vida é uma caminhada na qual temos sempre muito que aprender”.
(Maria Mariana)
Quando caminhamos pela vida, com interesse e vontade, descobrimos valores, sabores, emoções que passam a fazer parte da nossa história. Viver é relembrar amizades e momentos que marcaram o nosso tempo.
Caminhar não é só procurar respostas definitivas; até porque raramente são definitivas. Há dúvidas descobertas nas imperfeições e o valor está em reconhecer os verdadeiros amigos. Cada pessoa demonstra quem é através das atitudes como prova de amizade e justiça, naturalmente sabendo qual a hora para ficar ao lado do amigo.
Muitas vezes, as diferenças nas relações é o que proporciona o equilíbrio para seguir o nosso caminho. Em outras situações, o de nos conduzir pelo caminho que ficará guardado na memória. Miguel Sanches Neto aponta, “Saramago era homem de visão definida das coisas e com coragem de dizer o que tinha a dizer”.
São tantos caminhos, influências e lugares para chegarmos ao objetivo que, para tal, recorremos ao encanto de viver; mesmo assim, iludimo-nos diariamente até revelarmos a verdade, com liberdade para compartilhar tristezas e alegrias, surpreendendo a todos com nossas ideias e ideais, assim, como José Saramago fez ao reinventar a escrita em longos parágrafos e sem pontuação.
Costumo dizer que quem planta “morangos” não colhe “ervas daninhas”, isto é, aprendemos com os erros; preocupamo-nos em buscar respostas e companhias certas ao fazermos nossas escolhas. É a busca constante para ampliar a nossa lucidez e acreditar que temos muito para dizer e ouvir; ainda em Saramago, “Sem ajuda, sem conselhos, apenas guiado pela curiosidade de aprender”.
Poderosa é a curiosidade que, concentrada na necessidade e no conhecimento, na ordenação dos dias, permite intervirmos nas lembranças, questionando o tempo que nos atravessa e nos marca: o que a vida nos oferece de igual para igual? Confissões nos deixam livres na formação do caminho onde nos expressamos, sem medo de julgamento, ao dizermos do nosso coração? Para Saramago, “A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo assim estes podem prolongar-se em memória em lembranças...”.
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