A independência que temos nos dias atuais, na liberdade de ir e vir, como e quando queremos revela quem somos. Demonstra o movimento dos dias em nosso esforço, o que também fortalece a ideia e os ideais de que precisamos esperar a hora certa para tomar a iniciativa de novo confronto, outra conversa e até mesmo um simples convite. Rodrigo de Souza Leão declara, “... sou esquizofrênico... sou uma pessoa que necessita de certos cuidados: preciso tomar remédios específicos, viver uma vida diferente das outras e conseguir viver dentro das minhas “nóias”. Tenho que saber que a minha paranoia é paranoia e aprender a conviver com ela... É a convivência com a diferença...”
Na hora “H”, o rumo do movimento dos dias segue explicações reais, o que torna difícil para compreendermos os motivos e as circunstâncias envolvidas pela vontade ou necessidade. Entretanto, refletimos sobre o valor do que temos a dizer, para exprimir as palavras certas. Rodrigo S. Leão, no seu primeiro livro, Há Flores na Pele, escreve sobre sua loucura em forma de poesia. Depois, narra a trajetória de um homem internado no hospício, através da obra Todos os Cachorros são Azuis.
Ao escolher as palavras nos comprometemos com a força no expor experiências e formas de viver e agir diferentes; assim, espelhamos o movimento dos dias. Por exemplo, confidências sobre em que nos sentimos prisioneiros? Do fracasso na carreira ou da rejeição no amor? Dos fragmentos da lucidez? O sucesso depende do talento e da capacidade de fragmentação do ser humano. Às vezes, damos razões egoístas a um fato isolado, e nos sentimos presos ao coração, então, dizemos que são razões plausíveis decorrentes do movimento dos dias.
O que vale é saber que as pessoas não pensam do mesmo modo e valorizam atos e fatos diferentes, como os gestos que nos influenciam quando seguramos a mão de uma pessoa, como forma de frisar o sentimento. A melhor maneira para movimentar os dias é termos momentos de lucidez ao demonstrar nossa real intenção. Ainda em Rodrigo Leão, “A vida é excepcional. É o lugar onde tentamos construir sonhos. Vida é algo que foi dado e só você pode tirar... Porque eu fui nascer esquizofrênico?...”