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O dia esquecidoUma voz de sonho me chama, o dia clareia.
Café, simpatia, geleia e algumas torradas,
Visto roupas surradas, uma cor em cada meia.
A vila fica para trás, só figuras borradas
Sob a sombra do moinho, a pastorinha faceira,
Quem dera fosse noite, estrelas na face corada.
A miragem se esvai, desço a curva traiçoeira,
Um estranho que enfim abandona sua morada.
Na cidade, as casas brilham sob o sol, douradas.
Do outro lado, a praia, o oceano, canto de sereia.
Vejo as batidas de carros e também as touradas.
Na praia, piratas e sonhadores, tesouros na areia.
Nuvens sufocantes, a tarde segue bem-humorada.
Chegamos tarde para o chá, que venha logo a ceia!
Alguém toca a cítara, vinho e uma torta devorada.
Volto correndo para casa, é noite de lua cheia.
(Poesia incluída no livro Projeto Poesias Encantadas X - Antologia Poética, publicado pela Editora Becalete/2016)
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