No seu livro “O Futuro da Mente”, o físico Michio Kaku diz que o cérebro humano guarda mais segredos e incógnitas do que todo o Universo. Nosso cérebro poderá nos levar ao encontro da alma e curas para doenças como o Alzheimer. Ainda ficção, Michio prevê num futuro próximo filmar nossos sonhos, incluindo o terror dos pesadelos. Poderemos até postá-los nas redes sociais.

Para dominar o planeta a espécie humana usou o cérebro de um modo eficaz. Existe a crença de que de repente, usamos o cérebro para pensar e o milagre se fez. Não creio que aconteceu assim. Nossos ancestrais moldaram o mundo que nos deixaram de herança usando outra função do cérebro. A doutrina do acreditar.

Desde o nascimento, as crianças nunca são ensinadas a pensarem de maneira independente. A se perguntarem ou questionarem. Questionar é como tatuar um “diferente” na testa. Ouvir um “cale-se”. Todo o ensinamento vai na direção de acreditar em coisas que na sua maioria não existem. Essas coisas vão muito além das crenças religiosas. Cremos que “pensar” é montar um quebra-cabeça de mil peças.

No entanto, temos de admitir o fato. Se durante a evolução os humanos usassem o cérebro para pensar, possivelmente não estaríamos aqui agora. Desde o momento em que pequenas vilas se transformaram em grandes impérios que moldarem os países, cidades e o modo de viver conhecido atualmente, o acreditar foi essencial.

Seria impossível a cooperação entre milhões de pessoas que pensassem. Não existiriam sistemas de governo ou de justiça. Não existiriam crenças religiosas ou terrorismo. Essas coisas só passaram a existir quando pessoas fizeram com que milhões de outras pessoas acreditassem nelas. Se de um momento para outro os humanos deixarem de acreditar e passarem a pensar toda a doutrinação desabará em ruínas.

Mesmo a condição de inferioridade com que as mulheres são tratadas em pleno século 21 tem como princípio a doutrina do acreditar. Um dia, uma crença doutrinou e conseguiu com que milhões acreditassem que a mulher tirou a “pureza” do homem com sua sedução. Ainda hoje, esse princípio continua sólido na doutrinação das mulheres.

Outra confusão que o acreditar causa nos humanos é confundi-lo com a fé. A doutrinação do acreditar como vimos é possível e moldou o mundo que conhecemos. Já a doutrinação da fé entra na lista das coisas impossíveis. Se anjos descessem do céu com um bafômetro medindo a fé, 99,9% dos humanos seriam pegos em flae.

Estranhamente a única coisa na qual os humanos depositam em massa sua fé é no evangelho do dinheiro. Sobre esse evangelho Yuval Noah Harari escreveu: “Enquanto a religião nos pede para acreditar em algo, o dinheiro nos pede para acreditar que outras pessoas acreditam em algo”. Nenhum dos deuses conhecidos possui esse poder!