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MUITO ALÉM DO MELAs abelhas nos remetem a dois tipos de sensação. Doçura, quando saboreamos o mel fabricado nas suas colmeias. Dolorida, quando ela enfia seu ferrão em qualquer parte do nosso corpo. Entre o doce e o dolorido existe ainda outra certeza. Não iremos querer viver num mundo sem abelhas.
Se alguém acha que não corremos este perigo está enganado. Estamos vivendo a era do que se chamou “Síndrome do Colapso das Abelhas”. São três as causas principais. Na primeira, as abelhas se igualam aos humanos. Elas também morrem de causas naturais. As outras duas nos colocam como seus assassinos.
Predadores que somos, estamos destruindo o ambiente no qual as abelhas vivem. Não contentes, passamos a produzir alimentos com o uso indiscriminado de agrotóxicos e agroquímicos. Desde julho de 2018, sete espécies de abelhas foram colocadas na lista das que correm risco eminente de extinção.
Estudos indicam que esses venenos agem no sistema nervoso das abelhas interferindo diretamente na sua memória e orientação. Ao entrar em contato com eles, as abelhas não conseguem retornar para suas colmeias e acabam morrendo. Como exemplo, no Reino Unido o número de abelhas já é apenas 25% do necessário para a polinização.
Um mundo onde as abelhas fossem extintas fatalmente estaria destinado ao colapso. Não seria a lenda do apocalipse bíblico. Este de fato aconteceria. E acreditem, seria muito pior do que uma ferroada daquelas bem dolorosas. Sem as abelhas, a extinção da raça humana se daria com uma rapidez surpreendente. Com o apocalipse em andamento, sentiremos o sumiço delas também no nosso bolso.
As abelhas são responsáveis pela polinização de 90% dos vegetais e frutas. Nas amêndoas é 100%. Pensem ir aos mercados e não encontrar cenouras, brócolis, couve-flor, cebola, maça, abacate... E a que preço quando encontrar.
Outra coisa sabida é que 70% dos alimentos humanos depende da polinização. As áreas verdes do planeta dependem 85% da polinização Não esperem que os pássaros e outros insetos responsáveis pelos restantes 10% da polinização conseguirão nos salvar.
O Brasil também está incluído no contexto da extinção das abelhas. Aqui a diminuição das abelhas começou a ser sentida nos últimos cinco anos. Na região Sul já está afetado a produção de maracujá que necessita de abelhas “Mamangavas” para a polinização.
Albert Einstein famoso pela Teoria da Relatividade, deixou um alerta preocupante quando disse: “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência”. Muito além do mel, os humanos dependem das suas fabricantes para continuarem existindo.
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