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NOVA VIAGEMA nova realidade vem despida de sentimentos,
apresentando-me a um mundo frio.
A racionalidade quanto à existência material do corpo não veio espontaneamente.
Foi preciso o afastamento de todos os sentimentos para que o ser deixasse o humano.
Não há raiva, ódio ou ironia.
Não há sorrisos, apelos, nem agonia.
A mente voltou-se para a análise empírica do cotidiano,
buscando respostas para o passado.
Percorreu os erros cometidos e os acertos esquecidos sem sentir,
sem qualquer arrepio.
Pode avaliar-se, em fim, livre da consciência e da cobrança advinda dessa coexistência.
Não vale o ouro, a prata, qualquer labuta.
Não há cobranças, remendos, sequer desculpas.
Pois faz tempo que os sentimentos apartados anseiam pelo retorno da alma.
Gritam enclausurados pela racionalidade,
observando-a de baixo, majestosa em sua postura.
Choram, apelam e pelejam sem serem ouvidos,
como se não mais existissem.
Insistem e calam-se. Faz um dia, um mês, uma semana...
Lutam e aceitam a derrota, reverenciando a mente insana.
Faz frio, enquanto brilha o sol. Chove, por detrás da névoa.
É dia, mesmo sob o luar. É forte o anseio em poder retornar.
Não é certo, nem bonito. Nem importa o sentido.
Não é novo, não é velho.
Se foi feio, segue belo.
E dos medos, que nasça a coragem.
E das lutas, uma nova viagem.
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