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CANGACEIROS NORDESTINOS ENTRE TANTOS OS DESTINOS Escrito por Bento Júnior Vos digo sem pretensão Eu sou fã quase confesso Dos causos que me deram Dentro dum papel impresso Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nos anais deste progresso. Precisamos estudar O cangaço no Cordel É drama para teatro É figura pro pincel Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos É Arte no meu plantel. Kydelmir pesquisador O cordelista dos Dantas Quem for falar de cangaço Use de suas mãos santas Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos As referências são tantas. Cantamos com poesia Povo de Nova Floresta Como riachos perenes Um paraibano na testa Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos És água fazendo festa. José Américo fez Na Bagaceira de tudo Desta terra Potiguar Nosso Câmara Cascudo Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos No tabuleiro do Ludo. Na visão destes poetas Pesquisar é ter memória Numa troca de saberes Os livros fazem história Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Na derrota, na vitória. No Rio Grande do Norte Nesta nossa Paraíba Alagoas e Sergipe Tinha tanta macaíba Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nas trilhas da pindaíba. Pernambuco, Ceará Na Bahia do Nordeste No Piauí, Maranhão Não passou cabra da peste Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Tem ainda quem te deteste. Não vou falar do cangaço De cangaceiro topei Vejamos o que vai dar Nestes nomes que peguei Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Simplesmente te contei. A lista tem Açucena Depois Antônio Godê Gentil ordem alfabética Que trago para você Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Que vou chamar vosmecê. Tonho Batista Sobrinho No total são dezesseis Bernardo, vil Engracia Do Ó, o que mais deveis Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Tudo mais, o que fazeis? Sinhô Naro, Mariano Tôi do Gelo, Marinheiro Matilde, Peixe, Pereira Tem o Tonho bom parceiro Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Pro meu Cordel Brasileiro. O cangaço foi tão forte Tinha também o famoso O tal Antônio Silvino Nordeste é orgulhoso Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Porcino foi fervoroso. Thomaz, também tem Valério Dezesseis não é segredo Entremos na fértil ordem Cangaço tem Arvoredo Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Asa Branca causou medo. Cangaço, nomes diversos Chamamos Atividade Tem Bagaço, Meia Noite Balão que fez crueldade Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Andantes da liberdade. Baliza Sinhô Pereira Baliza de Lampião Bananeira, Beija-Flor Bem-te-vi Corrupião Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos É dor dum escorpião. Benevides e Benício Borboleta, Boa Vista Boca Negra, Bom de Vera Bicheiro sem reservista Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Tem Bimbão dos cordelistas. Cabo Preto, Cabeleira O Cachimbo, Bronzeado Conosco tem Café Chique Tinha também Cacheado Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Todo mundo ladeado. Caixa de Fósco, Cajazeiras Com Cajueiro, Canabrava Tem Cansanção, Cariri Carrasco que se deprava Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nunca vi gente tão brava. Carta Branca é o tal Por nome Pedro Quelé Casa Velha, Casca Grossa No cangaço são Pelé Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nos sertões deram olé. Cassimiro e Chá Preto Temos o Chico Pereira Já chegou Chico Caixão Olhando pra cangaceira Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Se brincar lhe dão rasteira. Existe gente de fibra Neste time do Chiquito Com um tal Cindário vai Formar cangaço do grito Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nos momentos de conflito. Três Cirilos vão compor Vou me ver com Lagamar Tem Antão, temos Engrácia Este trio popular Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Foram feitos pra lutar. Dois Clementinos também Com Cobra Preta, Cocada Coco Verde, dois Coqueiros Foram cabras da pesada Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Haja ter a caminhada. Corisco formou seu bando Nele vemos o Criança Criança teve mais dois Que perderam a bonança Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos No cangaço da festança. O Damião de Tibúrcio Também tivemos Dadá Companheira de Corisco Naquele pé de cajá Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Comedores de preá. Delegado, Devoção O Seu Dô e Seu Duquinha Esperança tem seu mano Se foi de forma mesquinha Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos É Lampa na cavaquinha. Elpídio Freire, Faísca É Fiapo, é Ferrugem Temos também o Firmino Certas vezes em babugem Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Na tocaia, todos rugem. Flaviano, Floro Gomes Tem o Francisco Barbosa Olhem como temos Gato Para mostrar toda prosa Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nas formações dessa glosa. Antônio Silvino teve Um cabra chamado Gato Sinhô Pereira também Haja bicho pelo mato Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Fogem como faz o rato. No bando de Lampião Teve Gato tão falante E também somando tudo Teve Gato de Brilhante Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Jesuíno foi gigante. Fura Moita, Gavião Se chegue Seu Gitirana Guerreiro, tem Jacaré Piores que caninana Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Dando bote na cigana. Quelé, tivemos portanto Seus três irmãos no cangaço O Clementino, Quintino E Pedro vem no pedaço Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Que se perdem nesse laço. O Nóbrega de Medeiros Que nós chamamos Inácio Januário, tem o Jandaia Que nunca viram palácio Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Pra criar o meu prefácio. Jesuíno, Jararaca Tem Giboião, Jaçanã João Branco, João Brito Foi tiros na ribaçã Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Pra fugir maracanã. Cirino, fala João Somamos cinco valentes Tem Dedé, tem Mariano O Nogueira dos Repentes Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Vaqueiro é dos potentes. Cessando com formosura Temos o João da Banda Oh! Terra pra ter João Daquele que nunca manda Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Um cabra solto debanda. Virgem como tem aqui Mostre nobre Joaquim Coqueiro, tem Cariri Já chegou Mané Chiquim Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Enfrentando sem pantim. Tem Gomes, tem Mariano Temos José Bacalhau Mais camaradas Josés Pra fazer o meu sarau Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Haja voz de varapau. De Joaquim faltou Marques E de Monteiro também Vou partir para José Que não foram Zé ninguém Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Sem no bolso ter vintém. José também é chamado O José de Genoveva Cangaço como tem Zé Um nome que sempre leva Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Vantagem fora de treva. O José Baiano fez JB assinaturas Com aquele ferro quente Ele fez as diabruras Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Que perversas criaturas. O Barbosa, também Coco Umburana, Bizarria Haja ter lista comprida No final melancolia Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Virgem Zé de romaria. Zé de Guida, Zé Dedé Marinheiro, Zé Pequeno Vem Pinheiro, José Roque Lá na frente tem Sereno Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Angico virou veneno. Zé Valério, Piutá Melão, Pedro, José Prata No cangaço tem José Na vida de fé ingrata Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Que nó nunca se desata. Jovino Cirino, Braz Cabo Velho, Durvalina Aristéia morre velha Com outros na repentina Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Na vida que se destina. Alencar com Alecrim Enedina com Colchete Nas benditas caatingas Deram tanto tirinete Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Como pés de tamborete. Júlio Porto, Labareda Inácio, que é Jurema Labareda com Limoeiro No cangaço foi problema Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Causando tanto dilema. Lampião, maior de todos Preciso que se repita Que pegou Maria Déa Nobre Maria Bonita Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Eis, enfim, sua desdita. O Luís Brilhante, Lua Branca, Luís no comando Foram fortes no gatilho Quando viviam no bando Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nas terras deste desmando. Lucas da Feira, valente Soares foi Juriti Os Cabras tem cada nome Bem lembram Aracati Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Pras bandas do Cariri. Luís Padre, tem Mateus Temos Lucas das Piranhas Com Luís Padre fazendo Essas grandes artimanhas Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Embrenhado nas entranhas. Maçarico com Malícia Mansidão, tem Pajeú Manuel Ângelo soma Lá no fundo do baú Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Contos de Jacaraú. Mané Barbosa, de Nara Tem Mané e tem Marreca É Barbosa, Benedito Pra tocar qualquer rabeca Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Não dormiam na soneca. Tinha Mané de Santana Um Manuel Isidoro Porcino, Manuel Prata Pro leitor fiel imploro Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Para pesquisar devoro. Toalha, Mané Vaqueiro Mané Vitor, Mão Foveira Mão de Grelha, tem Marcula Parecendo com caveira Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Dando no mundo rasteira. Mergulhão temos só três Nós tivemos Mel com Terra Meu Primo também passou Naquela tremenda serra Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Que bode triste não berra. Miguel Feitosa, tem Praça Chega Mocinho, Moderno Tem Moeda, Moita Braba O cangaço foi seu terno Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Provaram do vil inferno. Cajazeira com Baliza Mané Tubiba, Vassoura Contidos na minha lista Daquela vida caloura Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Plantadores de lavoura. O Baião foi pro cangaço E nisto quis ver Honório Vem antes o Cassimiro Com um servil acessório Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Eis aqui seu falatório. Tem Mourão, temos Moitinha E Navieiro, Passarinho Também temos o Mormaço Pastorando no caminho Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Das volantes sem carinho. Zé Antônio é Padre No cangaço tem Pancada Nicolau, Pedro Fernandes Levaram tanta lapada Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Dos soldados de cambada. Destas volantes sem dó Foi lutar Pilão Deitado Pedro Rocha, Pedro Paulo E depois chegou Rajado Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Foram ver o sol quadrado. Porcino com Pinga Fogo Com Pedro mais rebuliço Nunca mais teve sossego Porém foi dando sumiço Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nos matos teve serviço. Pedro Miranda, Quintino Temos o cabra Raimundo Destes temos logo cinco Pros combates deste mundo Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nos crimes do gira-mundo. Pintadinho, Pitombeira Quinta-Feira, Rouxinol Tem Plínio, tem Português Vigilantes de Farol Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Sem tempo pra futebol. Quintino, vem Pontaria Sabonete, Tempo Duro Relâmpago temos três Neste Matagal escuro Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Para viver em apuro. Rio Branco, Rio Preto Zé da Feira, tem Elétrico Sabiá e Deus Te Guie No fator pluviométrico Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Vivendo num viver tétrico. Andorinha, Zabelê Vem Tenente, vem Mangueira Tanta gente já fez parte Temos bando na cumeeira Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Nessa missão derradeira. Temos Antônio Silvino Honório é Cassimiro Lucas da Feira também André Marinheiro, miro Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Falar assim dá suspiro. Tem Saracura, Sereno Com Serra Branca, com Sila Bandos fizeram história Adentrando pobre vila Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Cangaço na longa fila. Tem Trovão, tem Tiburtino Teotônio, temos Terto Com Seu Toinho da Cachoeira Pessoal do mais esperto Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Como sendo no deserto. O Torquato com Venâncio Tempestade mais Suspeita Bravura nas caatingas Se rola, depois se deita Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos É forte que não se peita. Tem Ulisses Liberato Tem Vereda, tem um Urso Com Valderedo Ferreira No que fazem não tem curso Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Das rixas não fez concurso. Cristino por tantas vezes Chamado Diabo Louro Depois se torna Corisco No bando não foi calouro Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Valente que só um touro. Besta Fera, Lasca Bomba Pinga-Fogo, Lua Branca Alcunhas tão populares De vida que não se tranca Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Pra não ficar na retranca. Gasolina, Cobra Verde Beija-Flor e Sete Orelhas Serra do Uman e Chumbinho Sobem por cima das telhas Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Levam ferro das abelhas. Azulão tiveram quatro Segundo pesquisadores De Lampião, mais famoso Em outros de matadores Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos São seres desbravadores. Serra do Mar também é Gente desse meu cadastro No cangaço destes cabras Foi folclore, deixou rastro Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Entrelaçados num mastro. Vinte Cinco, Ventania Velocidade tinindo Tem Vicente de Marina Alguns bando vão sumindo Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Quem fica quer ir fugindo. No combate de Pedreira Quem era proprietário Fazendeiro Saturnino Seguimos destinatário Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Neste triste signatário. Lampião quem comandou Só para dar um retoque Os Ferreiras neste bando Não pensou de ter reboque Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Enfrentaram o Batoque. Marcula, Nego Tibúrcio Zé Guedes e defensores Caboclo, também Moreira Enfrentaram invasores Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Vencem os opositores. Em Mossoró, Lampião Não teve sua pataca Do combate na cidade Torturaram Jararaca Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Mossoró cabo de faca. Em Pinhão teve massacre Amoroso, Zé de Vera Volta Seca, Labareda Na cruel vida sincera Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Haja fuga pra cratera. Lugarejos atacados Combatendo coronéis A proteção pro cangaço Combatida nos quartéis Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Estudo dos menestréis. Vivendo dentro do mato Percorrendo lugarejo Por coiteiros escondido Saciando seu desejo Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Deus dizendo: -Te protejo! Cabeças decapitadas De Zabelê e Canjica Na luta morreram quatro Emboscada não se fica Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Tome fogo na chulipa. Azulão, Maria Dórea Também ali morreram Uma perda pro cangaço Contam os que viveram Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Uns se desentenderam. No bando tem Tonho Rosa Calais e um tal Graveto Cangaço nos manuscritos Citados nestes boletos Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Já quase num absoleto. Tanta gente se formou Dentro do cangaceirismo Sabino com Sabiá Fizeram malabarismo Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Com reacionarismo. Foram mortes inocentes Baitas vidas sucumbidas O viver dentro das matas Acalentou despedidas Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Cicatrizes das feridas. Temos bandos exaltados Sinhô Pereira, Corisco De Lampião, Benevides Correram bastante risco Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Que se tornaram arisco. Do Tibúrcio, Jesuíno O Bando de Floro Gomes Revoltado com sistema Vinte e Dois e tome nomes Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Tiraram seus sobrenomes. Cangaço de gênio forte Não é fácil entender Lutando pelos direitos Estudamos pra saber Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Tudo pra sobreviver. Cangaceiros fazem parte Das injustiças sociais Revoltados num sistema Dessas forças desiguais Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Sangue bravo dos jornais. No cangaço teve guerra Hoje vemos só beleza O Lampião com seus cabras Ponto Fino, Fortaleza Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Restavam tão só Tristeza. Se pararmos pra pensar A gente perde sentido A legião que formou Neste sertão ressentido Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Buscavam o prometido. Quase com o pé no fim Vou ficando por Angico Nesta Grota do cangaço Virgulino diz: - Eu fico! Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Onze se foram no bico. Mais de trinta dormiam Outros mais se mandaram Sucumbiram Lampião As cabeças cortaram Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Outras logo formaram. Efêmera duração O cangaço ganha sim O Lampião fez história Eu digo tudo por mim Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Lembrar nunca terá fim. As promessas ilusórias Nos seios da consciência Um tipo de pensamento Que segue sobrevivência Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Entender, ter paciência. No cangaço das alcunhas Seu batismo fez efeito Se faltou citar alguém Os cujos nos dão proveito Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Vou seguir este conceito. Certos nomes esquecidos No Nordeste do Brasil A justiça pelas mãos Sem ter água no cantil Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Do poder sempre servil. Por estas, também por outras Estudar tem seus mistérios Vou terminar meu Cordel No flerte dos meus critérios Cangaceiros nordestinos Entre tantos os destinos Faço rir teus impropérios. FIM João Pessoa-PB, 04 de abril de 2023. |
A CIDADE EM DECLÍNIO
Autor: Bento Júnior
Revirando os meus papéis
É estranho o que encontrei
Uma história interessante
Que bem distante passei
Lembro como sendo agora
Escrever sempre esperei.
Naquele sonho enfrentei
Um famoso ditador
Eu rasguei seus medalhões
Ele, de nada gostou
Partiu para uma luta
Nessa fui vencedor.
Quando tudo terminou
Eu naquela flor da idade
Fui atrás de uns cavaleiros
Entrando pela cidade
Meti fogo em carruagem
Somente pela vaidade.
Nesta promiscuidade
Decretei toda prisão
A um maldito salafrário
Que vendia o pobre irmão
Pendurei a cabeça dele
Num poste da Conceição.
De repente a solidão
Montada em seu bom jumento
Ri numa felicidade
Tamanho contentamento
Pegou a sua nobre espora
E fez dela movimento.
Voa alto naquele vento
Aquela águia europeia
Que beliscou o meu cavalo
E eu tive logo uma ideia
Levar adiante o caso
À uma grande assembleia.
Tava lotada a plateia
Muita gente do mundo
Para ver aquele embate
Com o soldado Raimundo
Quem ganhasse aquela luta
Teria o amor mais profundo.
Neste instante um moribundo
Vindo da baixa da égua
Pede pelo mais sagrado
Que a gente desse uma trégua
Foi determinando o tempo
Com aquela sua régua.
Um jumento andou uma légua
E começou a relinchar
A orelha dele cresceu
Fez morto ressuscitar
População em sofrimento
Quis tão somente pensar.
Vocês não vão acreditar
O que este soldado fez
Pegou uma espada brilhosa
E foi falando outra vez
Porque ele já era o dono
Eu dele fiquei freguês.
Galinha que era pedrês
Começou a dizer amém
Que os bichos todos da mata
Cantaram tema do além
A águia triste num canto
Foi chamando mais de cem.
A comida foi xerém
Enchendo o bucho de tudo
Faminto deu logo um tempo
E o viver foi mais sortudo
Vencendo a luta sem luta
Entra em cena o grande entrudo.
Nesta história não me iludo
Tanto mais que verdadeira
Fui ser controlador
Conheci uma bandoleira
Mulher mais linda dali
Me deu logo uma rasteira.
Saí, fui na parteira
Pedi de volta a mulher
Mas o silêncio do parto
Transmitia uma tal fé
Eu peguei o meu escapulário
Fui tomando um café.
Naquele instante o Mané
Responsável na fornalha
Me pegando pelas mãos
E foi subindo na calha
Eu vi toda moradia
Toda coberta de palha.
Falei: - Nada me atrapalha
Eu cumprirei o prometido
Vencer peleja com cão
Isto, enfim, terá sentido
Não posso me acostumar
Com tanto ato pervertido!
Recebi bem merecido
A flor coberta de espinho
Escrita em laço de fita
Uma frase com carinho
Dizendo que eu fosse embora
Esquecesse o meu cantinho.
Quem foi aquele diabinho
Que aprontou a indelicadeza
Porque sou toda promessa
De acabar logo a pobreza
Fazer a população
Vivenciar a riqueza?
Mas, foi tão grande a brabeza
E o povo todo instigando
As vozes vindas das casas
Iam todas misturando
Naquilo surge o perdão
Vai em tudo só atirando.
Fui logo me jogando
Ao cair tantos pedaços
Meu coração só tremia
Na composição dos aços
Uma espada saindo dele
Criava mais embaraços.
Nada disto era fracasso
Tão somente a paciência
Eu peguei os meus documentos
Gritei algo pela ciência
O povo que não me ouvia
Dizendo: - É indecência!
Minha vida penitência
Nas mãos daquele poder
Meu coração se arribou
Muito antes de perder
A cabeça de um jumento
Começando a se mexer.
Fiquei sem nada entender
Só queria ser bem vindo
O povo todo cansado
Das ruas se poluindo
Rio que corta o lugar
Foi bem depressa se abrindo.
Juro que não estou mentido
Verdade tudo que apronto
No rio entraram as moças
E isto foi muito afronto
Davam risadas os jovens
Naquele grande confronto.
Neste ato eu não deixo pronto
Dou vírgula e sei da história
Moças quando nasciam
Se prestavam para a glória
Tantas se debandavam
Pra viverem pela escória.
Neste tempo a palmatória
Era um exercício nato
Na escola sendo aprovado
Bater com força sem trato
Família assinava em branco
Aquele bruxo contrato.
Não discordo, isto é fato
Neste lugar indecente
Onde o valor das ideias
Mata o saber de uma gente
Poder está no patrão
Por ser ele intransigente.
Todo mundo era parente
Eu me senti como estranho
Jesus pegou sua cabra
Saiu num grande rebanho
Dizendo que era pastor
Precisava tomar banho.
Com aquele olhar castanho
De imediato fitei
Aquele espaço tão grande
Que nesse início ignorei
E pensando em criar gado
Num repentino parei.
O que disse eu nunca sei
Numa eterna disparada
Não era mais o meu cavalo
Voava montado em nada
Gritava e ficava triste
Por não ter dado mancada.
A testa estava marcada
Com símbolo da alegria
Nem sabia me expressar
Se soubesse contaria
Num ritual com tanto anjo
As dores suportaria.
Tudo isto num simples dia
Construí um belo canto
Entre o céu no purgatório
Foi dentro de um grande manto
Diabo em traje de bem
E o mal querendo ser santo.
Deitado sonho e levanto
Penso no raciocínio
Enfrentei um bando terrível
Pois, escrevi um latrocínio
Vi esta cidade crescer
E percebi o seu declínio.
FIM
JP/PB, 12 de dezembro de 2020. ZÉ CALIXTO, O REI DO FOLE DOS 8 BAIXOS Autor: Bento Júnior Licença meu bem, licença Pra Paraíba de Zé Academia e Cordel Carnaval, Folia e Fé Fundação tem seu acervo Na Casa de Seu José. Na Festa de Arrasta Pé A maleta vai se abrir Olhe bem nesses meus versos Todos querem competir Quanto mais se tem um Zé Mais estrada vai fluir. O Jackson chegou aqui Era José de batismo Trouxe a música do Zé Que caiu no populismo Como tem Zé Paraíba Nesta soma de algarismo. Neste exibicionismo Venho aqui me apresentar Este Cordel Brasileiro Queira logo se sentar Aproveite este momento Atenção vou começar. Sertão que sabe cantar Zé Calixto é saudado Quando ele veio ao mundo Logo mais foi consagrado Dia 16 de julho Daquele ano sagrado. Agreste de céu nublado Nasce tão nobre rebento José Calixto da Silva Neste acontecimento No ano 1900 E 33 este evento. Zé Calixto é talento Músico e compositor Paraibano de Campina Artista de bom valor No fole duma sanfona Tanta gente já dançou. No terreiro de Sinhô Todos dançam pra valer O Brasil tem Zé com força Outros tantos pra nascer Paraibano o que é Faz da vida seu prazer. E assim fui logo ver Calixto puxar o fole Foi tanta gente dançando No forró do bole-bole Até juízo pirou Bem maneiro e também mole. Zé Calixto não escapole Foi gritando Zé Maria Pedindo pro grande Mestre: Toque logo a Escadaria Do nobre Pedro Raimundo Pra esquentar essa folia! Nesse amor do dia a dia Zé Calixto foi freguês Escadaria, sucesso Até pro povo chinês LP - Fino da Roça Pro pobre e pra burguês. É tão bom ter altivez De falar de novo insisto Este campinense forte Chamam ele Zé Calixto Na maestria dos dedos Tocou na terra do Cristo. Este músico bem visto Todo Brasil se rendeu Foram tantas produções A música enriqueceu No fole dos 8 baixos Só sucesso conheceu. Zé Calixto já nasceu Com o dom de sanfoneiro No vigor dos oito anos Feito um bom menino arteiro Tocou forte o acordeom Neste solo verdadeiro. Quem toca é forrozeiro É povo em ribeirinho Calixto, seus dois irmãos Bastinho e Luizinho Meu Deus é muito fole No cantar do passarinho. Tocando brasileirinho De forma bem elegante Como artista popular Seu perfil determinante Zé Calixto, cidadão Sacola de viajante. Feito cabra de volante Que passeia pelo mundo Zé Calixto nos ensina Naquele dom tão profundo A sanfona tem mistérios Que não dá para ir mais fundo. Certa feita um vagabundo Com instrumento bonito Desafiou o nosso Zé Formou-se logo um conflito Zé Calixto não gostou E lhe chamou de maldito. Naquele lugar restrito O cantador pragmático Falando por outro Zé Que foi ficando estático Foram para o Zé Calixto Gritando: - Tu és dramático! Este sanfoneiro prático Que foi virar o veneno Zé Calixto no poder Encantar até chileno Discutindo os resultados E ser artista sereno. Zé Calixto fez terreno No tocar de uma sanfona Ritmo diversificado Pra patrões e pra madona De Campina pro Brasil Companheira, sua dona. Gente que se diz cafona Critica tanto o forró Zé Calixto teve ritmo Nos 8 baixos deu um nó Ensinou a povo sulista A dançar, pra cair o pó. Zé Calixto bem melhor Exercendo a profissão É Mestre e tem o saber No Forró da Tradição Já criou composições Que falam do São João. É milho da plantação Que alimenta o nordestino Anda por todo Brasil Procurando o seu destino Na boa gastronomia Que provou Tonho Silvino. Chamar artista, cretino Nunca foi coisa normal A sanfona quis provar De forma bem natural Zé Calixto tocador Conhecido o maioral. O seu som é espiral Que invade toda esta esfera Paraíba é celeiro Nos raios da estratosfera No real ou virtual É Zé Calixto uma fera. Campina Grande na espera Acima o visionário Brotando nomes ilustres Arte de canto operário Serafim e Genival Enchendo o itinerário. Neste fruto hereditário Zé Calixto instrumentista A Paraíba se curva Pelo nome desse artista A sanfona em suas mãos Lhe tornou mais populista. Do Nordeste pro Sulista Viva a nossa Paraíba O Zé Calixto, 8 baixos Lembra um coco macaíba Na Terra de tanto Zé Zé de baixo, Zé de riba. No Rio, em Mangaratiba O povo se fez presente Nordestinos fazem êxodo Plantam a boa semente Para vida cultural Na trilha polivalente. Artista tão bem valente Mal de Alzheimer se planta 12 de Dezembro, o dia 2020, encanta Nos degraus do infinito Zé Calixto desencanta. Com sua sanfona santa Zé Calixto foi simbora 87 janeiros Ao chegar sua hora Nosso Rei dos 8 baixos No céu hoje ele mora. FIM JP/PB, 07 de fevereiro de 2021. |
ZÉ CALIXTO, O REI DO FOLE DOS 8 BAIXOS Autor: Bento Júnior Licença meu bem, licença Pra Paraíba de Zé Academia e Cordel Carnaval, Folia e Fé Fundação tem seu acervo Na Casa de Seu José. Na Festa de Arrasta Pé A maleta vai se abrir Olhe bem nesses meus versos Todos querem competir Quanto mais se tem um Zé Mais estrada vai fluir. O Jackson chegou aqui Era José de batismo Trouxe a música do Zé Que caiu no populismo Como tem Zé Paraíba Nesta soma de algarismo. Neste exibicionismo Venho aqui me apresentar Este Cordel Brasileiro Queira logo se sentar Aproveite este momento Atenção vou começar. Sertão que sabe cantar Zé Calixto é saudado Quando ele veio ao mundo Logo mais foi consagrado Dia 16 de julho Daquele ano sagrado. Agreste de céu nublado Nasce tão nobre rebento José Calixto da Silva Neste acontecimento No ano 1900 E 33 este evento. Zé Calixto é talento Músico e compositor Paraibano de Campina Artista de bom valor No fole duma sanfona Tanta gente já dançou. No terreiro de Sinhô Todos dançam pra valer O Brasil tem Zé com força Outros tantos pra nascer Paraibano o que é Faz da vida seu prazer. E assim fui logo ver Calixto puxar o fole Foi tanta gente dançando No forró do bole-bole Até juízo pirou Bem maneiro e também mole. Zé Calixto não escapole Foi gritando Zé Maria Pedindo pro grande Mestre: Toque logo a Escadaria Do nobre Pedro Raimundo Pra esquentar essa folia! Nesse amor do dia a dia Zé Calixto foi freguês Escadaria, sucesso Até pro povo chinês LP - Fino da Roça Pro pobre e pra burguês. É tão bom ter altivez De falar de novo insisto Este campinense forte Chamam ele Zé Calixto Na maestria dos dedos Tocou na terra do Cristo. Este músico bem visto Todo Brasil se rendeu Foram tantas produções A música enriqueceu No fole dos 8 baixos Só sucesso conheceu. Zé Calixto já nasceu Com o dom de sanfoneiro No vigor dos oito anos Feito um bom menino arteiro Tocou forte o acordeom Neste solo verdadeiro. Quem toca é forrozeiro É povo em ribeirinho Calixto, seus dois irmãos Bastinho e Luizinho Meu Deus é muito fole No cantar do passarinho. Tocando brasileirinho De forma bem elegante Como artista popular Seu perfil determinante Zé Calixto, cidadão Sacola de viajante. Feito cabra de volante Que passeia pelo mundo Zé Calixto nos ensina Naquele dom tão profundo A sanfona tem mistérios Que não dá para ir mais fundo. Certa feita um vagabundo Com instrumento bonito Desafiou o nosso Zé Formou-se logo um conflito Zé Calixto não gostou E lhe chamou de maldito. Naquele lugar restrito O cantador pragmático Falando por outro Zé Que foi ficando estático Foram para o Zé Calixto Gritando: - Tu és dramático! Este sanfoneiro prático Que foi virar o veneno Zé Calixto no poder Encantar até chileno Discutindo os resultados E ser artista sereno. Zé Calixto fez terreno No tocar de uma sanfona Ritmo diversificado Pra patrões e pra madona De Campina pro Brasil Companheira, sua dona. Gente que se diz cafona Critica tanto o forró Zé Calixto teve ritmo Nos 8 baixos deu um nó Ensinou a povo sulista A dançar, pra cair o pó. Zé Calixto bem melhor Exercendo a profissão É Mestre e tem o saber No Forró da Tradição Já criou composições Que falam do São João. É milho da plantação Que alimenta o nordestino Anda por todo Brasil Procurando o seu destino Na boa gastronomia Que provou Tonho Silvino. Chamar artista, cretino Nunca foi coisa normal A sanfona quis provar De forma bem natural Zé Calixto tocador Conhecido o maioral. O seu som é espiral Que invade toda esta esfera Paraíba é celeiro Nos raios da estratosfera No real ou virtual É Zé Calixto uma fera. Campina Grande na espera Acima o visionário Brotando nomes ilustres Arte de canto operário Serafim e Genival Enchendo o itinerário. Neste fruto hereditário Zé Calixto instrumentista A Paraíba se curva Pelo nome desse artista A sanfona em suas mãos Lhe tornou mais populista. Do Nordeste pro Sulista Viva a nossa Paraíba O Zé Calixto, 8 baixos Lembra um coco macaíba Na Terra de tanto Zé Zé de baixo, Zé de riba. No Rio, em Mangaratiba O povo se fez presente Nordestinos fazem êxodo Plantam a boa semente Para vida cultural Na trilha polivalente. Artista tão bem valente Mal de Alzheimer se planta 12 de Dezembro, o dia 2020, encanta Nos degraus do infinito Zé Calixto desencanta. Com sua sanfona santa Zé Calixto foi simbora 87 janeiros Ao chegar sua hora Nosso Rei dos 8 baixos No céu hoje ele mora. FIM JP/PB, 07 de fevereiro de 2021. |