No brejo um sapo havia
Que chorava todo dia
Coaxando triste dizia
Que voar queria.

E adormecendo, então, sonhou
Que em seu corpo penas brotavam
E grandes asas criavam
E feliz até as nuvens voou.

Mas ouviu risos baixinhos
E pássaros diziam: Que engraçadinho
Tem boca e olhos grandes
E caçoavam dele!

Triste ficou e disse consigo:
Eu era mais feliz no brejo!
Voltarei para lá!
Onde é o meu lugar...

Quando no brejo pousou
Todos os sapo riam,
Pois ele era muito estranho
E chorando despertou...

A lição assim aprendeu
Nunca mais voar desejou
E feliz da vida viveu,
Pois em um sonho aprendeu:
Melhor ser um sapo molhado
Do que um estranho ser alado!...

Sednan Moura