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E TODOS MENTIRAM

E TODOS MENTIRAM
Surreal, patético, mas as margens do Rio da Prata – triangulo mineiro, viviam acampados, aproximadamente 05 casais de garimpeiros com seus filhos.
Moravam precariamente, em casebres achamboados. Imaginavam que, ainda poderiam encontrar um veio de ouro na mina já abandonada. Raramente encontravam algo, e assim mal dava para comprar alimentos, comiam o que era nativo como, agárico, mandioca e algumas frutas como, murici, cajuzinho do campo, gabiroba, caçavam, pescavam, a região era farta de abelhas tataíras e, sobrava mel para adoçar o leite tirado de uma velha cabra. As terras eram um carrascal e ruins para plantios.
Havia chovido muito e ao crepúsculo, o leito do rio estava agitado.
As famílias estavam reunidas a beira de uma fogueira assando um caititu. Já era noite, As redes de pesca estavam instaladas de uma margem a outra do rio. Com sorte, na manhã seguinte encontrariam algum peixe preso nelas.
As crianças brincavam, quando de repente uma delas veio correndo, em direção aos adultos reunidos, gritando alto e apavorado: _ Pai, mãe, tem uma criança dentro de um caixote enroscado na rede.
Ela chora muito. Seus pais riram, afinal, esse menino era cheio de fantasias, e até por desídia nada fizeram, Mas quando, mais duas meninas vieram com a mesma noticia ainda incrédulos, resolvem verificar.
Estarrecidos, e aparvalhados, os mineiros constatam que, realmente, havia uma criança, que chorava a todos os pulmões. Esta estava dentro de uma caixa que já fora usada para guardar garrafas de cerveja, muito bem forrada, amarrada a um tronco de arvore que parecia fazer parte de uma jangada.
Inicialmente, o grupo todo ficou inerte, nem sabiam que providencias tomar.
Então Carmem, uma das mulheres, toma a frente e resolve soltar a caixa do tronco e retirar o bebe.
Este ensopado, abacinado, tremendo, parecia que não viveria mais uma hora naquelas condições. Retiram imediatamente, as vestes da criança, estas visivelmente novas. Carmem era mãe de cinco meninas e tinha muita pratica. Levou a criança para perto do fogo, trocou a sua roupa, acomodou o bebê que não deveria ter mais de 10 dias junto a seu peito. Logo já se nota que os lábios voltam à cor normal. Muitas das mulheres haviam sido mães recentemente, e brigavam pela primazia de amamentar o pequeno naufrago.
A criança adormeceu, e os demais fizeram os mesmo.
Na manhã seguinte, Carmem, comenta com Joaquim, seu marido. _Se não encontrarmos nenhum parente dessa criança, eu quero ele pra mim.
Por ser tartamudo, era de poucas palavras, apenas concorda com um meneio de cabeça, afinal só tinham filhas. Ela acreditava que fora pela acrosofía, a criança estar em seus braços.
No crástino, Carmem e Joaquim, vão até Monjolinho para saber se havia alguém procurando pelo bebe recolhido das águas.
Foi uma busca onde visivelmente, nenhum deles queria encontrar ninguém. Na volta para o acampamento, relatam aos companheiros que não descobriram parentes do nenê, e que assim sendo, eles criariam Oswaldo, nome escolhido para dar ao recém-nascido. Pediam ao grupo que jamais revelassem esse segredo.
No mês seguinte, Joaquim iria até a cidade mais próxima para vender a pequena quantidade de ouro encontrada pelo grupo de garimpeiros.
Era algo irrisório, mas daria para comprar sal, fósforos, e pequenos objetos usados para higiene pessoal.
Assim, seguiram Joaquim, Carmem, as cinco filhas mais Oswaldo, para Prata, sede de todas as pequenas cidades da região.
Após a venda, dirigiram-se para o cartório de registros e somente naquele dia tiraram os documentos de suas filhas e de Oswaldo.
Anos depois. Como Oswaldo e suas irmãs sempre tinham problemas de saúde devido à falta de higiene no local, nenhuma delas havia estudado, e, sem condições de continuar buscando ouro, e já nada restava dele, abandonam o garimpo.
Vão morar em Dois Morrinhos, um vilarejo próximo dali, onde as crianças teriam assistência medica e estudariam em escolas publica.
Os conhecimentos de Joaquim, já haviam sido comprovados por todos. Era um especialista em ervas e raízes com as quais preparava “garrafadas” único remédio de todos. Mas não havia essas opções de trabalho na cidade. Foi quando encontraram Mauro. Ele fora garimpeiro, em outros tempos naquela mina, hoje abandonada. Conhecia a historia daquela família e, resolve ajuda-los. Emprega o casal e, acomoda a todos nos fundos de seu armazém de secos e molhados. A família passa a morar ali, por muitos anos.
Oswaldo, agora com 25 anos, também trabalha no armazém de Mauro.
Havia estudado até o ensino médio, sempre bom aluno. Certo dia, na expectativa de conquistar uma garota, resolve fazer a barba e cortar os cabelos, para melhorar a sua aparência.
Como em todas as barbearias existentes no mundo, lá havia uma pilha de revistas velhas. Enquanto aguarda para ser atendido, resolve folhear algumas.
Repentinamente, lendo uma reportagem sobre uma pessoa que doara a medula para o pai do maior jogador de futebol do mundo, salvando-o de morte certa, depara-se, com uma foto. Sente um arrepio forte, seu coração acelera e pensa: Como somos iguais! Pede ao barbeiro para levar a revista para casa e mostra aos seus pais. Estes desconversam, embora saibam que, pela semelhança absurda entre ambos, poderiam sim, serem irmãos, ou parentes, mas, nada comentam.
Oswaldo com o pouco interesse de seus pais de levar o caso adiante, esquece o assunto.
No mês seguinte, Mauro, o seu patrão, lhe incumbe de resolver problemas com a receita estadual, em Uberlândia, cidade que distava dali uns 80 km.
Ele já tinha habilitação para dirigir, mas resolve ir de ônibus. Ao descer na rodoviária houve do motorista _Dr. Francisco, andando de coletivo? É um prazer transporta-lo, venha mais vezes! Mais adiante, o mesmo se repete, ao cruzar com uma senhora, que o cumprimenta.
Bom dia Dr. Francisco. Aquilo se repete muitas vezes, ele só abanava a cabeça. Retornando a Dois Morrinhos, Oswaldo nada comenta, mas, resolve descobrir por que tanta confusão entre ele e o tal Dr. Francisco. Olha à revista vista no barbeiro e confirma, era a mesma pessoa, a foto era de Dr. Francisco.
Naquela mesma tarde, Oswaldo tomava um refrigerante num bar, junto à calçada, quando é abordado por uma senhora, bem idosa: _Dr. Francisco, que bom lhe encontrar. Fui enfermeira de, Dr. Eduardo, seu pai, por muitos anos no Hospital de Prata, Estou encarregada para pagar mensalmente, as contas das propriedades dele aqui na cidade. Estava indo para o correio enviar os recibos, mas, se o senhor estiver voltando pra lá, por favor, pode poupar tempo levando pessoalmente.
Entrega o envelope e se despede.
Oswaldo agora tinha um endereço, seria do Dr. Francisco também? Essa duvida lhe atormentou por uma semana.
Mauro pede que ele volte à Uberlândia para dar sequencia na resolução de seus problemas com a receita.
Agora resolvo isso tudo pensa Oswaldo.
Desta vez, foi de carro, La chegando, vai direto ao endereço do envelope. Na entrada uma placa: Dr. Francisco – Clinico Geral.
Ele entra usando cachecol e um gorro na cabeça, tapando seu rosto. Dirige-se a recepcionista: ”_Quero consultar com Dr. Francisco”.
Ela entrega uma ficha para ele preencher. Após algum tempo de espera, Oswaldo e chamado pelo médico com o costumeiro: _ “Pode entrar”.
No consultório, Oswaldo retira o gorro e o cachecol, e quando Dr. Francisco levanta os olhos para cumprimentar o paciente, fica parado, atônito.
Começa a chorar copiosamente e diz emocionado: _” Então você sobreviveu mano! Segue chorando e, abraça fortemente Oswaldo. O choro é de soluços e alegria.
Oswaldo fica confuso por um instante, mas, com a palavra “mano” logo ele esta confirmando, que são irmãos.
Dr. Francisco sai de sua sala e ainda com lagrimas nos olhos, diz para a recepcionista.
_ “Vou sair e não volto mais hoje”.
Leva Oswaldo até a sua casa, e o apresenta ao seu pai, Dr. Eduardo.
_ Pai. Aqui esta ele, o meu irmão, que se perdeu nas águas do rio da Prata.
Até então Oswaldo, se mantivera calado, queria ouvir mais que falar.
Dr. Eduardo abraça o rapaz comovido, e diz para o filho: _ “Francisco, chegou à hora da verdade, vamos à biblioteca, e que ninguém, nos interrompa”.
Oswaldo argumenta que não poderia ficar muito tempo ali, pois tinha que resolver problemas do patrão. Dr. Eduardo se inteira do assunto e, com um simples telefonema, resolve a pendência de Mauro com a receita estadual.
Dr. Eduardo não tinha mais de 60 anos de idade, no entanto aparentava ser muito mais velho. Foi o único medico na região por muitos anos, e as pessoas contavam historias tristes sobre ele.
Gostava de um bom uísque e naquele momento, tomou duas doses bem caprichadas. Sentou-se, pediu para Oswaldo não interromper suas palavras, e prestar muita atenção nelas.
Iniciou aquelas revelações, de cabeça baixa e foi dizendo:_ “Eu era o médico do hospital de Prata, onde você, e seu irmão nasceram”. Para de falar e da um abraço em Francisco. “Prossegue”. Sua mãe se chama Malva, vocês vieram ao mundo num parto cesariano. Ela não sabia que dera à luz de gêmeos univitelinos, então eu coloquei Francisco no lugar do meu verdadeiro filho que havia nascido morto no dia anterior. Desse modo ela levou apenas um bebe para casa. A única diferença entre você e seu irmão e que você tem sindactilia em dois dedos de ambos os pés.
Interrompe a narrativa e pede para que Oswaldo tire as botas. _” Vê, você tem dois dedos grudados em cada pé”. Seus pais verdadeiros eram pessoas muito simples, e estava claro para mim, na época que eles não conseguiriam criar duas crianças. Minha mulher, já estava numa idade perigosa para voltar engravidar, então desta forma, achei justo fazer essa troca.
Apenas, minha fiel enfermeira, foi testemunha disto. O corpo de meu verdadeiro filho, esta enterrado em minha fazenda, em local que só eu sei, e que visito semanalmente onde faço minhas preces por ele.
Fiquei sabendo depois que sua mãe Malva aproveitou a estadia na cidade para registrá-lo em cartório, com o nome de Carlos.
_ “O que vou lhe contar agora, apenas soube muitos anos depois”.
“Um fato alterou meus planos de jamais, revelar essa historia”.
_ “Sua mãe voltou para Dois Morrinhos, e, em seguida, foi acometida por uma doença chamada Psicose pós-parto”. Tornou-se agressiva com todos e principalmente, com você. Antônio Maria, seu verdadeiro pai, temendo pelo pior, resolveu leva-lo para que seus avós paternos cuidassem de você, até ela se curar.
Para não ser visto, na cidade, com você nos braços, ele improvisou uma jangada e com ela pretendia cruzar o rio da Prata e chegar a seu destino.

Contudo, ao atravessar o rio que estava agitado, a embarcação virou e você se perdeu nas águas. Seu pai, temendo as consequências de seus atos, sumiu no mundo. “Até hoje, todos nós imaginávamos que você havia morrido naquela noite”.
_ “O fato que me fez revelar toda a verdade para Francisco, é mais dramático”. Tomou mais duas doses e prosseguiu;_ “Sua mãe, procurou por você, mas conformou-se, com o fato de que estaria com o pai, longe dali, mas bem cuidado, pois, ela estava doente”.
Só que esta doença, durou apenas 60 dias, ao cabo desse tempo, sua mãe, resolveu ir a uma quermesse em Dois Morrinhos, onde encontrou um antigo namorado.
Ela que já estava carente e inebriada, com vários vinhos quentes que tomara, acabou passando a noite com ele, seu nome era Ariovaldo ..............._Na manhã seguinte o rapaz foi embora da cidade e nunca mais foi visto.
O resultado dessa noitada é que Malva acabou ficando grávida.
Esperou esse filho nascer e foi com a ajuda da parteira Joanna.
Mudou-se para São Paulo, foi morar com uma irmã que ela não via fazia tempos.
Criou sem problemas, esse meio irmão de vocês, até ele atingir três anos.
Foi no momento de matriculá-lo em uma creche, que teve problemas, ele não era registrado.
A certidão era naturalmente obrigatória, e sem medir as consequências de seu ato, apanhou em seus guardados a sua certidão. Entregou na escola. Onde ninguém notou nada, nem a irmã, pois o seu nome, que agora é Oswaldo, era na verdade Carlos Eduardo. Esse meio irmão de vocês,cresceu, virou o maior jogador de futebol do mundo, famoso, e riquíssimo.
_ “No retorno, da conquista, de mais um campeonato mundial de futebol, os craques são recebidos pelo Presidente da Republica. Durante as entrevistas, transmitidas para todo o Brasil, ao ser perguntado sobre o que mais ele ainda gostaria de ter? Respondeu lacônico, que gostaria de reencontrar com o pai, Antônio Maria Menezes de Souza e Silva, e os avos, José Maria e Angelina Maria. Ele acreditava que eles eram os parentes dele, nunca soube estar usando a sua certidão de nascimento”Dr. Eduardo diz apontando para Oswaldo.
Dr. Eduardo continua a narrativa. _ “Muito longe dali, Antônio Maria, seu pai, acompanhava a entrevista e ao ouvir o nome dele e dos seus pais, concluiu entusiasmado: _” Ele não morreu, ele não morreu naquele rio”.
Eufórico, vai até a retransmissora local, da maior rede de televisão do pais, onde revela ser o pai que Carlinhos tanto procura, e, faz um acordo de entrevista exclusiva para receber algum dinheiro e, as despesas da viagem para São Paulo, pagas.
Assim foi feito, mas, ele, não encontrou Malva antes e, na entrevista vai logo contando e mostrando os documentos, que comprovavam ser ele a pessoa que o craque procurava.
Conta sobre a doença de sua mãe, mas, omite o fato da travessia desastrada que fizera numa jangada.
Como ultima pergunta o repórter diz:_ “Antônio Maria, você só esta voltando agora porque descobriu ser seu filho rico e famoso”? E ele com voz embargada, afirma:_ “Não, estou com leucemia, jamais encontrei um doador compatível, quem sabe agora meu filho seja essa pessoa!” Terminada a entrevista, lá estavam Malva e Carlinhos, e após muitos abraços e muitas lagrimas, Malva aproveita-se do fato dos repórteres estarem entrevistando Carlinhos, para saber da sua emoção pelo reencontro.
Chama Antônio Maria para um canto e lhe diz _ “Você esta louco”? Fugiu com o nosso verdadeiro filho, e agora vem dizer que é o pai deste? Esse menino foi fruto de um romance meu de um dia,
Usei a certidão de Carlos, nosso filho, por isso, ele pensa ser você o pai dele! E arremata. _” Onde esta o nosso filho”? Antônio Maria, arrasado, conta para Malva à tragédia que aconteceu no rio da Prata, mas terminam a conversa, concordando, que seria melhor para todos, se ele assumisse, para sempre, for o pai de Carlinhos.
_Eu, diz Dr. Eduardo, acompanhava daqui por televisão essa história, e sabia que não haveria compatibilidade, para doação, entre Carlinhos e Antônio Maria. E quando isso foi confirmado. Resolvi mudar os planos de manter meu segredo.
Chamei Francisco, dizendo que lhe revelaria coisas do passado por dois motivos, por sua mãe já haver falecido e por um parente muito próximo dele precisar de sua ajuda.
Contei sobre a troca de bebes na maternidade. Seu irmão entendeu os motivos, e pergunta a razão da revelação somente naquele dia? “Eu havia gravado toda a reportagem de Antônio Maria na TV, e expliquei que ele poderia ser o doador tão esperado”
.Francisco teme pela minha prisão, mas consigo convencê-lo de sua obrigação.
Seu irmão Francisco vai para São Paulo, marca um encontro com Malva e Antônio Maria, e inicia a conversa dizendo:
Estou aqui por que eu sou o verdadeiro filho de vocês dois.
Antônio Maria nem espera o termino da conversa e sai pulando de alegria imagina que seu filho realmente não havia morrido naquele rio.
Até então, Francisco desconhecia a história da travessia, se faz de sonso perguntando por que seu pai acreditava nisso e este relata detalhadamente, toda a história de sua vida, achando que, realmente, estava diante do filho perdido nas águas do rio da Prata.
Francisco viu com esses relatos, a possibilidade de me salvar de um processo, pela troca dos bebes.
Sorriu, concordou dizendo:_” Então foi isso, fui salvo do rio, me levaram a um medico que tratou de mim e finalmente me adotou como filho legitimo”.
Tanto Antônio Maria como Malva diz que ele não poderia aparecer ágora e dizer ser o filho deles. Carlinhos saberia do caso da mãe ainda estando oficialmente casada com seu pai, que ela havia usado a certidão de nascimento de outra criança para matriculá-lo na creche.
Antônio Maria, e Malva teriam que responder por falsa paternidade. Assim combinaram, que ele Francisco conheceria o meio irmão Carlinhos, passando-se por um primo. “E assim, foi durante algum tempo e seria até o final da vida”. _ “Com você realmente vivo, a verdade dos fatos, se revelada prejudicaria, Antônio Maria por falsa paternidade, seus avós paternos que são mantidos em Dois Morrinhos por Carlinhos, sua mãe, já que Carlinhos saberia ser um filho bastardo e, ter usado a certidão indevidamente. A mim e minha enfermeira, pela troca feita na maternidade. Francisco, que se passou por você. Aos pais que o criaram, pois eles também o registraram como filho deles”.
Já anoitecia quando essa conversa terminou.
Dr. Eduardo diz a Oswaldo:_ “Durma aqui essa noite, avalie bem a situação e amanhã nos informe o que pretende fazer com o que descobriu hoje”.
No café da manha, ele diz ao seu irmão e ao Dr. Eduardo:_ Vamos manter essas mentiras piedosas, mas, eu quero conhecer meus verdadeiros pais, meu meio irmão Carlinhos, mas não quero prejudicá-los”.
Ao ouvir essa afirmação, Dr. Francisco, pega o telefone para fazer uma ligação e pede para o irmão escutar:
”_Mãe, é o seu filho Francisco, quero vê-la na próxima semana pode ser? “E a resposta foi” _ Claro meu adorado, venha quando quiser.
Como você está? ”Ele responde: “_Mãe, passei uns dias pescando, estou mais moreno e com as mãos cheias de calos, sabe como é, falta de hábito. Só vou para um almoço, pois estou de viagem para a o exterior.
Assim, na primeira visita de Oswaldo, ficar apenas algumas horas, diminuiria o risco de ser descoberto.
Com o encontro marcado e Oswaldo, devidamente orientado sobre detalhes de como viviam seus pais e Carlinhos, La foi ele para São Paulo.
Ele se apresentou como Dr. Francisco, se apaixona pelos pais e pelo meio irmão.
Como havia aprendido com Joaquim, os segredos das ervas, pode ajudar na cura de sua mãe de uma solitária, com uma receita de sementes de aboboras.
Nas despedidas aperta fortemente, Antônio Maria e com lágrimas nos olhos lhe diz. _ “Pai, não se preocupe com seus velhos pensamentos, eu realmente sobrevivi nas águas daquele rio, eu sobrevivi”.
Daquele dia em diante os irmãos trocavam a cada mês, ora ia um, ora ia outro, visitar os pais.
Oswaldo retorna a Dois Morrinhos, nada comenta com Carmem ou Joaquim, mas ajudado tanto por Dr. Eduardo e por Francisco, monta um armazém de secos e molhados ainda maior que o de Mauro, onde vai morar com toda a sua família.
Conhece sem se identificar seus avós paternos e finalmente, consegue namorar a garota por quem se encantara.
Meses depois, já freqüentando a casa de seu futuro sogro, em uma tarde de domingo, estava passando na televisão uma partida de futebol, onde Carlinhos era um dos jogadores.
Ariovaldo chama Oswaldo e comenta. “_Esse rapaz é nascido aqui em Dois Morrinhos, e, eu namorei a mãe dele muitos anos atrás”. “Oswaldo arregala os olhos e pergunta”. –”Como é o nome dela”? Ariovaldo sem nada entender do interesse do rapaz, diz _ “O nome dela é Malva, eu até teria me casado com ela, mas ela mudou-se daqui, e nunca mais a vi”.
Oswaldo concluiu que Ariovaldo, era o verdadeiro pai de Carlinhos.
E jamais se arrependeu de manter em segredo, todas aquelas mentiras piedosas contadas.
FIM
Por - Tito Cancian - italianodeoderzo@hotmail.com
Esse conto complementa MENTIRAS PIEDOSAS

 
   
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