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O PRETENCIOSO (CORDEL)

Estava um burro a passear,
Na floresta, quando então,
Deu de cara com uma pele
Que era de um grande leão.

Um caçador bem malvado
Matou e desossou o rei.
E o burro encabulado,
Disse assim: - O que farei?

E lhe ocorreu a ideia,
De vestir aquela roupa
E espantar a bicharada,
Numa correria louca.

Não perdeu tempo, vestiu
A pele e, na mesma hora,
Passou uma capivara
Ele falou: - É agora!

Esperou que ela passasse
Por detrás de uma moita,
Então deu um grande pulo,
Pensando: - Ela é afoita!

A pobre da capivara
Quase morria de medo,
Saiu numa tremedeira,
Correndo pelo arvoredo.

E nesse instante lá vinha
Um cachorro bem magrinho,
E o burro, bem disfarçado,
Abocanhou-lhe o focinho.

O cachorro amarelou,
Quase que perdia o tino,
Correu todo arrepiado,
De medo ia grunhindo.

Lá vem o pobre coelhinho,
Saltando com alegria,
Deparou-se com o leão,
Quase morre de agonia.

A esta altura na floresta
Era grande a confusão,
O burro fazendo festa
Com a pele do leão.

E os animais, coitados!
Todos morrendo de medo.
E o burro bem orgulhoso,
Com o seu belo segredo.

Ele a todos assustando
E a bicharada fugindo,
E ele, achando graça,
Fazia tudo sorrindo.

Eis que em certo momento,
Com todo aquele alvoroço,
Ele se encheu de vento
E esticou o pescoço.

E relinchou de um jeito,
Que a floresta estrondou.
A raposa que passava,
Desconfiada ficou.

Ela fugia do massacre,
Com os outros animais,
Ouviu o urro do leão,
Diferente dos demais.

Então falou: - Ó amigo,
Por que soltaste este zurro?
Apesar da linda pele,
Não és leão! És um burro!

Se tivesses ficado quieto,
Escondido nesse arbusto,
Eu não desconfiaria,
E grande seria o susto.

Agora, meu camarada,
Culpa de tua besteira,
Pois ao abrir tua boca,
Acabaste a brincadeira.

A bela fábula de Esopo
Serve para reflexão,
É que ela nos ensina,
Mais uma bela lição:

Trajando um belo terno,
Estando muito elegante,
É melhor ficar calado,
Se for muito ignorante.

Não adiantam vestidos,
Sapatos, bolsa bonita,
Um cérebro sem conteúdo,
É como um trapo de chita.

Cordel inspirado na fábula "O Burro que vestiu a pele de um Leão", de Esopo -
Moralista e fabulista grego do século VI a.C. que se tornou famoso por suas pequenas histórias de animais, cada uma delas com um sentido e um ensinamento.

Maria do Socorro Domingos
João Pessoa, 29/11/2018

 
   
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