Eu nasci de madrugada
Quando raiava o dia
Dizem...
Dizem que meu choro
Foi triste poesia.

E o tempo...
O tempo me fez criança
Triste calada
Sentia falta de carinhos
Queria ser amada.

Passou anos e mais anos
E eu fui ficando mocinha
Mas...
Quem mais eu amava
Era minha mãezinha.

Um dia casei-me
Com o tal, príncipe encantado
Então eu fui mãe...
Sem haver-me preparado.

Eu era tão criança
Com uma criancinha
Hó! Deus eu só queria
Era minha mãezinha.

Mas...
Mas ela havia partido
Deixando então a terra
Meu coração sofria
E eu...
Eu vivia em guerra.

Eu tinha que ser mãe
Mas...
Mas queria ser criança
Lutava com ardor
Levava ao peito a esperança.

Fui irmã de minha filha
E com ela eu brincava
Eu tinha muita coragem
Pois a ela eu amava.

A mais dois filhos
eu ainda dei a luz
Calmamente eu carregava
Ora leve, ora pesada cruz.

Correu o tempo depressa
E um dia me assustei
Pois já estavam mocinhas
As filhas que eu criei.

E o meu caçulinha
Que é toda minha felicidade
Encerra parte de minha vida
Que vivi...
Vivi com tanta dificuldade.

A minha mocidade
Passou assim...
Assim voando
Agora...
Agora a felicidade
É então viver rimando.

Busco inspiração
Em uma rosa, em uma flor
Para poder
Poder dizer ao mundo
Que sempre...
Sempre vence o amor.




Publicado no site: em 23/09/2009