Amo-te, céu;
Amo-te, calor sublime do sol;
Amo-te, raios flutuantes do luar;
Amo-te, ondas espumantes do mar;
Amo-te, primavera, verde, nosso campo do esquecimento;
Amo-te, verão, me queima, esquenta minha alma no coração;
Amo-te, outono, que os ventos me levem à rumos desconhecidos;
Amo-te, inverno, gélido, não esfrie minha imaginação;
Amo-te, reprimidos, xingados e cuspidos;
Amo-te, católicos, protestantes, seguidores de alguma fé;
Amo-te, presidentes, concorrentes, teu partido é o da emoção?
Amo-te, favelados, analfabetos, intelectuais, teus livros de cabeceira são os desígnios da conscientização?
Amo-te, doce sabor sexual, frustrações, traumas, malucos, suicidas;
Amo-te, parto normal?
Inseminação artificial?
Escarrados por ocasião.
Amo-te, machistas, feministas, colunas do meio, Que bicho deu?
Amo-te, casalzinho do bosque, casalzinho da esquina;
CUIDADO: LOBO MAL ANDA ARMADO!
Amo-te, progressistas, anarquistas, calmos, calmos são os sorrisos de arlequim;
Amo-te, chuvas que molham minha face;
Lágrimas que saem dos sentimentos;
Uma gripe mal curada.
Amo-te, nus artísticos, nus exibicionistas;
Amo-te, garotas da Playboy;
Mulheres do cais;
Bichas da Praça Mauá;
Ratos, ratos do metrô.
Amo-te, motéis de classe;
Hotéis de luxo;
Bumbum dos livros de anatomia.
Amo-te, faculdades do dinheiro;
Universidades da vida;
Corruptos;
Subordinados;
Marginalizados.
Amo-te, Natal;
Cristo Rei;
Ano novo, feliz ou infeliz;
Apenas mais um.
Carnaval;
Os capetinhas da gente estão por aí.
Amo-te, Inglês;
Francês;
Português;
Todas as línguas enroladas do mundo.
Amo-te, Preto;
Branco;
O índio morre de fome, onde esconderam suas terras?
Amo-te, Brasil com Z;
Amo-te, bomba atômica;
Vacinas do bem;
Injeções do amanhã.
Até parece meio hipócrita, mas o porquê de não te amar, Universo ?
Amo-te;
Liberdade;
Igualdade;
Amo-te;
NÓS !