Se a brisa fosse o guia
do caminho divino, você, meu caro,
devia segui-la , pois ela sabe o que é ,
e você , gajo do infortúnio eda impureza,
tu não sabes o que é e o que veio fazer aqui.
Segue a brisa mesmo não sabendo para onde,
mas ela sabe, e como sabe,
ela é a certeza do sonho revelador,
você é a incerteza, as pedras do caminho.
Tu, jovem criatura , segues o primeiro,
mesmo que este não vá a lugar nenhum,
pois é igual a você , incerto, talvez,
quem sabe, irreal, não ocupa lugar,
mas se fosse como a brisa certamente,
é lógico , que saberia aonde ir,
e quem sabe te levaria a algum lugar,
mas não , é como você, fruto da imperfeição,
feito de tristeza e cheio de dúvidas,
olhe a brisa , siga-a, e ela te levará
aos campos verdejantes, aos prados das campinas
à linha do horizonte onde o sol se esconde,
e onde o sonho da felicidade habita.


Alexandre Brussolo (10/11/1992)