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Império do Ódio De tempos em tempos a insanidade toma conta da raça humana, foi assim desde o início. As loucuras mais recentes foram as duas guerras mundiais, Vietnã, Bósnia e outros morticínios patrocinados pela bestialidade humana. Agora estamos de novo como obedecendo a um ciclo de ódio em nosso mundo vivenciando com a tristeza a virulenta prepotência da maior economia mundial; do maior poderio militar; da nação de maior tecnologia; da nação que deveria servir de paradigma de equidade, diplomacia e ponderação, mas que ignorou o clamor mundial para a paz, desrespeitando a ONU, infringindo decisões, transgredindo normas internacionais e se portando como déspota, onipotente e oportunista.
Os insistentes pedidos do mundo pela paz foram em vão e a guerra contra o Iraque aconteceu. Quais seriam os verdadeiros motivos para esta hecatombe? Com argumentos evasivos, EUA e Inglaterra diziam que teriam de destruir armas de destruição em massa em poder do Iraque. Mesmo com a oposição da ONU, que tem poderes legais para estabelecer a paz e a guerra, os EUA minimizaram o poder da organização, colocando em dúvida e questionamento a utilidade e a importância da ONU, desprestigiando um órgão que tem sua sede em seu próprio país e fragmentando a decisão de seus membros permanentes com poderes de veto; criando com esta guerra precedentes para novas invasões em outros países, aniquilando as Nações Unidas, que perdem credibilidade, o poder na pulverização de seu escopo.
O mundo assistiu perplexo e indignado à invasão no Iraque, indagando por que EUA e Inglaterra estavam tão ansiosos pela guerra, que mais pareceu pirataria. Quais seriam as causas que ensejavam o autêntico show fraticida? Seria o controle de petróleo? Pois o Iraque tem a segunda maior reserva mundial. Seria a água, pois o Iraque tem a maior reserva árabe de água potável, graças ao milenares rios Tigre e Eufrates e para aquela região, a água tem mais valia que o petróleo? Seria o estabelecimento de um novo ponto geofísico americano dentro do Iraque para impor um novo ordenamento político dentro da região árabe em defesa de judeus para novo assentamentos? Seria a implantação de um novo tipo de colonialismo americano com a criação de um protetorado com políticos fantoches? Seria o sufocar do crescimento
do estado palestino ou seria a vingança de Bush filho em razão de Bush pai não ter aniquilado o então presidente do Iraque na guerra de 1991 no Golfo Pérsico?
Existiram outras razões para esta repugnante guerra que ao que parece foi planejada havia muitos anos. O certo é que estamos contristados e decepcionados com o que ocorreu, pois enquanto políticos impiedosos e sanguinários decidiram fazer a guerra, eles, muito bem seguros, impunes e bem acomodados, praticaram crime contra a Humanidade, esqueceram que crianças, idosos, mulheres, inocentes pereceram graças à loucura desses políticos sedentos de ódio e ambição. Não forma seus entes queridos os bombardeados, portanto, fecharam os olhos aos horrores da guerra.
Os EUA e a Inglaterra se portaram como bárbaros, piratas e invasores, destruíram um país milenar e acredito que tudo poderia ser resolvido pela negociação diplomática sem estas milhares de mortes de inocentes, pois o Iraque, pelo embargo econômico imposto pela ONU em 1991, já era um país definhando, quase miserável, com um povo debilitado pelas sanções impostas, inclusive com armamentos obsoletos, ultrapassados, o que faz ressaltar que foi uma invasão covarde, uma luta desigual, imposta por duas superpotências que engendraram uma carnificina que coloca em perigo o futuro do nosso mundo.
Quem semeia ventos colhe tempestades e esta guerra aumentou o ódio dos árabes contra americanos e judeus. O futuro é tenebroso, pois a guerra colocou o ódio, o sentimento de vingança nos corações de gerações que nunca esqueceram a morte de seus irmãos. É triste que a raça humana não tenha aprendido que a verdadeira ideologia do viver deve ser a paz, no respeito nas diferenças existentes, independentemente de credo religioso, posição política, cultura, raça ou particularidades que devem ser compartilhadas de formas harmoniosas, que o sistema capitalista não deve ser fornecedor de misérias e desigualdades sociais e que os países deveriam ser globalizar também em solidariedade fraterna.
Teremos de refletir na evolução social, no respeito democrático, produzindo em nossa consciência que só é bom aquele que não faz a outro o que não for bom para si mesmo, do contrário, algum dia não haverá tempo para se arrepender.
Alberto dos Anjos Costa é escritor.
Nota: Vocês prezados leitores, tirem suas próprias conclusões!
ET: Artigo elaborado por Alberto dos Anjos Costa, e publicado em 04 de Outubro de 2003, (Sábado), no Jornal Diário de São Paulo, (Ano 119 - N° 39.668 - Folha A 10 - Opinião - Artigos).
Post Scriptum: Essa publicação, " Império do Ódio ", foi enviada à sede européia da ONU - Organização das Nações Unidas, sediada em Genebra - Suíça, como forma de indignação e consternação pela morte de milhares de inocentes, (crianças, jovens, mulheres, idosos), que foram vítimas da prepotência, desumanidade, arrogância e barbárie de países que se dizem civilizados, e que se colocam acima da lei! De todos os continentes foram enviadas milhões de cartas de protesto à ONU, contra o genocídio praticado pelo Estados Unidos, Inglaterra e seus aliados, a serviço da mentalidade injudiciosa e imperialista! Infelizmente o mundo cerrou os olhos, omitindo-se, diante desta hecatombe!
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