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Horizonte perdido “HORIZONTE PERDIDO”
Autor: Marcos Antonio Lavagnini
Ouço algumas palavras antes de partir,
Sinto o beijo ardente que você me deu,
Sei que sempre é triste ter que despedir,
Sigo em busca de um sonho que nunca morreu.
Parto e não sei a distância que vou percorrer,
Leigo de tudo o que a vida pode me trazer,
Levo a lembrança apertada em meu coração,
Dos tristes olhos que entendem minha decisão.
Vou carregando comigo saudades do campo,
Por estes caminhos de espinhos que nunca enfrentei,
Fazendo um rastro de lágrimas por onde ando,
Tentando chegar num lugar que onde é, eu não sei.
Mas, levo esperança de achar o horizonte perdido,
Aonde existe alguém que devo encontrar,
Em meu cavalo desfaço do que é indevido,
Pra sobrar um espaço ao que eu vou transportar.
Paro em frente a um mendigo perdido na vida,
Me pede moeda pensando em ter sua bebida,
Conto a minha história e o que ficou pra trás,
Tento encontrar o meu pai, não desisto jamais.
Me olhando nos olhos, com a alma, o mendigo falou:
-Sei que há muito tempo sua casa deixou,
Vindo em busca do seu pai que sempre te faltou,
E este velho mendigo é seu pai que encontrou.
Levo meu pai na garupa pra casa a voltar,
Foi tudo aquilo, pra mim, o que a Deus eu pedi,
Eu sei que ao longe devo transportar,
O que para minha mãe, um dia prometi.
Chego bem perto de casa e a saudade encanta,
Mas as janelas fechadas, algo me espanta,
E num velho bilhete quase a se apagar,
Dizia: - Deus que te abençoe eu não pudi esperar.
Fico em prantos, perdido, sem o que fazer,
Sinto um vazio que toma o meu coração,
Vejo escrever, minhas lágrimas, ao caírem no chão,
“Filho! Estou ao seu lado, esperando o que me prometeu”.
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