Cama de papelão, cobertor de jornal,
lar ao relento, sofrimento sem igual,
alcoolismo entorpecendo seu viver em desesperança,
desprezando a sua dor, sentindo ser de insignificância.

Sonhos acabados, realidade que está matando,
seu corpo esvaindo, é a fome aviltando,
na cidade enriquecida, sua presença é denegrida,
as pessoas vão vivendo, sem sentir a empatia.

Sua família, são os desvalidos, vidas em confusão,
são chamados de vagabundos, é o mundo em deserção,
já tiveram fantasias, dignidade como nós,
hoje esperam a morte, desamparados e sós,
o respeito a esta situação, não é exagero, é comunhão,
junto ao firmamento, estarão em igualdade de condição,
em um plano elevado, pois passaram pela provação.