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AVE MARIAAve Maria!
Naquela noite havia um desejo,
Que foi selado em mim por um beijo,
Estava frio e já ventava,
Parece que somente eu rezava.
A calmaria só era aparente,
Eu já sentia perto a serpente,
Medo não, amargura e contrição,
Estava posto a cálice de Minha expiação.
Daí em diante, calvário e dor,
E Eu só sabia sentir amor,
Caminhei aos tropeços me dobrei,
Zombarias, chicotadas Eu apanhei.
E em cada passo que dei Eu perdoei,
Meu destino era esse Eu o tracei,
Sabia de Cirineu e Eu o amei,
Emprestou-me a força que reneguei.
Traçaram na terra o sinal da cruz,
Pregaram-Me nela como Jesus,
E “Eu o sou” disse ao ladrão,
O outro não tinha salvação.
Um último olhar para a Senhora,
Eis aí teu filho, não chora,
Céus e terra estremeceram
Todas as luzes escureceram,
Agora, Eu de Trino era Uno,
Com o Pai e o Espirito Me uno,
Pela lança que Me transpassou,
Fonte de ressureição brotou.
Bem-aventurado quem viu e creu,
Mais ainda quem não viu e entendeu,
Dai testemunho de Mim todo dia,
De Mim e da “Ave Maria”!
Santaroza
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