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IRREVERENCIAQuero gargalhar do tempo,
Que não me dá tempo,
Para pensar nos dias.
Vou vangloriar o tempo que roubei,
E que me dei de luxo e ousadia,
De gastá-lo à toa sem importar às horas.
E contando estrelas na noite pura,
Irreverente ao tempo que passa,
E que faço que nem vejo, ignoro,
Fazendo caso da sua pressa.
Sou menino que brinca,
Alheio ao tempo e ao brinquedo,
Vagando no futuro, sem tempo pra voltar.
Sou a rede estendida,
Esperando um corpo,
Uma mente solta,
Um ser sem pressa,
Para espreguiçar a vida.
Sou irreverente ao tempo,
Servil dos dias que passam,
Que se demoram na rede,
Balançando folhas soltas ao vento,
Alheias ao tempo irreverente
EACOELHO
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