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LIRA DE OUTONO LIRA DE OUTONO
Passa o vento pelas arcadas toscas da Cidade,
canta a lira... Minha alma triste, silenciosa
adeja ao respirar versos desprendidos sem idade
e tão longe me vai a viçosa mocidade gloriosa...
Passa o Tempo... O Tempo ligeiramente passa!
Foi-se a Primavera, vai-se agora o Verão,
a caminho do Outono, esmorecendo a graça,
Inverno, frio, velhice, tristeza e também solidão ...
E minha alma páira num íntegro tédio profundo
ao sentir transparecer em completo abandono
na longa indiferença vaga deste Mundo!
Perdão, Senhor, se ainda não alcancei a Paz!
Ainda assim, que toque a lira em meu Outono,
e no meu Inverno, render-me num refúgio Mordaz!
Francisco de Assis Silva
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