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OS IMPÉRIOS DECAÍDOS

Como o exemplo de Itália e
Grécia pode abrir nossos olhos

Certamente, não é mera coincidência que Grécia e Itália estejam no foco da atual crise econômica na Europa, que espalha seus efeitos pelo mundo. Berços da civilização ocidental, lugares que sediaram antigos impérios, os dois países vivem hoje muito distantes de seus tempos de glória. Na Europa, não aparecem entre as principais forças políticas ou econômicas – papel exercido por Alemanha e França.
Se ninguém discute o valor do legado cultural de Itália e Grécia, que rende dividendos até hoje com a atividade turística, e o fato de que os países ocupam, respectivamente, o 18º e o 25º lugar no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), também é verdade que seu modelo político decadente e sua economia vacilante levaram a zona do Euro a um impasse.
De fato, países que abrigam os escombros e ruínas de culturas milenares e antigos impérios estão, há várias décadas, no centro de crises, guerras, revoluções e barbáries – transportando a pior herança do século 20 para o século 21. Irã e Iraque, onde pisaram babilônios e persas, vivem entre fundamentalistas, militaristas e terroristas, e, não raro, viram joguete na disputa de poder entre as grandes potências.
O Egito, cujas pirâmides ainda assombram os visitantes até hoje, segue claudicando após os levantes da Praça Tahir, sob um governo militar. Novas manifestações surgem agora, exigindo que os militares entreguem o poder a um governo civil. Já Israel e Palestina, inimigos que dividem o mesmo quinhão de terra, vivem uma guerra eterna e diária, sob tanques, bombardeios e atentados terroristas.
Até mesmo no extremo oriente, as crises vez por outra surgem, se instalam e criam ramificações – é fácil lembrar da quebradeira dos chamados “tigres asiáticos” há alguns anos. O Japão, depois da tsunami e do acidente nuclear de Fukishima, vai demorar para recuperar seu viço econômico. Se bem que o povo japonês costuma surpreender, ao se reerguer rapidamente a partir das cinzas.
A China, bem, esta é um capítulo à parte. O país comunista mais capitalista que todos os capitalistas, normalmente, escapa das crises, mas segue em sua selvageria econômica, explorando mão de obra, mantendo o câmbio engessado artificialmente e sem dar a mínima para a ecologia. Na verdade, só é tolerada por ser um enorme motor da economia mundial.
Mas, voltando à Roma e Atenas, fica claro que os vícios culturais e políticos sempre dificultam que os países andem nos trilhos. A Itália parece tolerar muito mais que a média o “personalismo” de seus governantes – afinal, Mussolini e Berlusconi, em um espaço de menos de um século, poderiam afundar qualquer país. Como antigos césares, eles governaram, muitas vezes, passando por cima das leis e esfregando na cara do povo sua opulência e falta de vergonha.
A Grécia antiga, formada a partir de cidades-estado, degringolou após a morte de Alexandre, sendo dividida novamente entre os seus generais. Na Grécia de hoje, aparentemente, o mal que desmantelou o império é uma herança maldita: a falta de coesão. Até mesmo a proposta mal cabida de fazer um plebiscito sobre o acordo econômico entre o país e a União Européia, acabou piorando a situação. O povo, nas ruas, manifestou-se a favor do que chamam “direitos adquiridos” e os analistas econômicos chamam de “privilégios”.
É difícil fazer com que culturas tão importantes e enraizadas, com suas virtudes e vícios, simplesmente “sigam o mestre”, adotando a cartilha do FMI ou do Banco Central Europeu. Nem mesmo a escolha de novos governantes, com perfil mais técnico, é garantia de que Itália e Grécia assumam a premissa de que devem resolver seus problemas para não atrapalhar o mundo.
Para países que mal completaram 500 anos, como o Brasil (que nem chegou a dois séculos de independência), o exemplo histórico e contemporâneo da Itália e da Grécia pode ser de grande valia. Afinal, tais países são a prova viva de que até os maiores impérios têm prazo de validade e de que não há pujança econômica e política que dure para sempre.

 
   
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