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LORD BYRON - Um inconformado As três gerações de poetas românticos brasileiros, principalmente a segunda, foram claramente influenciadas pela trindade dos românticos ingleses - ou seja, Keats, Shelley e Byron. Tendo em comum sua posição abastada e seu amor pela poesia, os três poetas chegaram a morar na mesma casa, em Roma, Itália - num período em que Byron fora "convidado" a se afastar do Reino, pois sua postura inconformista denegria o nome de sua família.
George Gordon Noel Byron, que recebeu o título de Lord por herança, nasceu em 22 de janeiro de 1788, em Londres. Antes mesmo dos vinte anos, estreava em livro, sendo inicialmente mal recebido pela crítica, mas tornando-se rapidamente conhecido do público. Pouco tempo depois assumia uma cadeira na Câmara dos Lords e, aos 24 anos, lança o livro que o projetaria em todo o mundo: "Peregrinação de Childe Harold", onde já se encontrava todo o ideal da poesia romântica - um herói desencantado, que viaja por terras distantes, vivendo amores e agruras.
Childe Harold teria outros cantos (continuações) ao longo da vida do poeta, mas Byron, que mostrou maestria em outros livros como "O Corsário", "Lara", "D. Juan" e "Beppo, uma história veneziana", parecia querer encarnar o herói de seu poema - um homem inconformado, lutando pela liberdade e vivendo amores intensos.
Há, em sua vida, até mesmo um amor incestuoso com sua meia-irmã Augusta - um dos muitos escândalos do jovem poeta. Mas, revolucionário por natureza, quase numa ânsia suicida, Byron se dedica a causas como o movimento revolucionário italiano - onde sai derrotado - e a guerra pela independência da Grécia. Lutando ao lado dos gregos, contra os turcos, após quatro meses de campanha, morre em Missolonghi, Grécia, a 19 de abril de 1824, de tifo.
Por ironia, somente 145 anos após esta data, Lord Byron - que fora aclamado como herói pelo povo grego e desprezado pelos próprios compatriotas ingleses - recebe uma homenagem simbólica, uma placa no chão da abadia de Westminster, que lhe fora negado como sepultura.
(Parte da coletânea "História de Poetas". Publicado no jornal A VOZ DE MARAMBAIA. Publicado no site www.williammendonca.com em 12/09/2008)
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