Logo estarei somente entre velhas magoas,
rodeada de antigas dores de alma,
carcomidas lembranças
e a vida estará percorrendo os olhos envelhecidos.
Olharei o tempo lá fora sem olhar
nem virar a cabeça
nem mesmo me levantar da cadeira,
e vez ou outra passarei as mãos no ralo cabelo
como a dizer a mim mesma: Que vida!!!!
Ninguém deste mundo
que um dia eu tenha desejado,
estará na inspiração
ou na tristeza da poesia
da minha sempre solidão.
Estarei misturada às lágrimas,
desmanchando a alma,
quando mais uma noite se aconchegar
nas minhas janelas semi cerradas.
E se acaso, de muito longe,
um velho amor dorido se embrenhar
em meus pensamentos senis
e acontecerem lampejos da última madrugada,
saberei perdoar.
Este poema é para aquecer vazios,
rimar medos frios, mais nada.

Suzette Rizzo _ September 07, 2010