Sensação danada, essa de encolhimento.
Como se o mundo
houvesse se alastrado ao redor,
eu diminuta e tudo imenso.

Observo a lua gigante,
o final da rua... tão longe,
sinto o tempo tão quente
e o céu cobrindo tudo, sufocantemente.
Acho estranho ter um corpo
e o corpo ser morno quando o frio é denso.
Acho triste ver os pares pra lá e pra cá
e viver o meu encarceramento.

O que é que há comigo?
Pergunto-me a cada dois minutos.
Hoje fui assediada no meu portão,
por um jovem de brinco e tiara no cabelo.

Parece, fazem mil anos
que não amo, não beijo.
Esqueci de viver... apenas lembro, penso
e me enterro entre lamentos.

Encolhida, vejo o mundo
tridimensional, paranormal...
e soluçantemente choro e percebo,
minha dor é fetal.

Suzette Rizzo_ March 05, 2010