Logo que a manhã ,chegava...
Com um sorriso sempre no rosto ,uma saudade no coração...
As ruas daquele bairro chamavam pra sair...sair descalço ou de chinelos velhos,
com fome ou sem fome,sem pai ou sem mãe...
Àquele menino ,pobre menino,saía a vender seus sonhos...sorvetes pra disfarçar de vendedor de sonhos...enfrentava sempre os roubadores de sonhos...quem poderia proteje lo se não a própria sorte,a própria morte, num Brasil de ninguém,terra sem leis...havia os que guadavam as ruas,defendendo os ricos das sua injustiças...mas o menino era valente,insistente,vendendo sonhos....carrinhos de latas...casinhas de toquinhos de madeiras...escondia se em cabanas feitas pra guardarem sonhos... e a fome mandava furtar,chocolates ou até farinha de aveias ou tudo que a matasse...feridas pelo corpo ...podia se contar algumas...elas não eram doídas...eram amigas da pobreza,da capacidade de ser apenas um menino pobre daqule bairro da zona lesta de São Paulo...as manhãs se trocavam ....um dia chuvia ....outro fazia frio,calor...
A cabeça doía, a barriga gemia...e o chá era de boldo...amargo como a esperança de logo tudo estar bem...o bêbado no chão...e o céu de prontidão...
Que esperança tinha aquele barquinho com um menino a deriva no rio à encontrar a filha do rei?....segue se a história do vendedor de sonhos ...caminhando pelas ruas de São Paulo...;terra da garoa;...de muita gente boa,trabalhadoras...de corações generosos ....inventores ,construtores de prédios e motores....médicos e doutores ,senhoras e senhores...
E a tarde....sim ...ao entardecer...ao voltar pra casa...;O que teria lá ?;...sei lá!...Talvez a noite a lhe esperar...a velha casa ...os irmãos...talvez um pão...Deus O sabe.