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A viagem ao Rio de JaneiroEra uma tarde ,quase a noite,na estação,Brás - São Paulo,eu e minha mãe com viagem marcada com destino ao Rio de Janeiro.
O trem seguiria seu destino pelos traçados da ferrovia...eu era menino em meus dias de infância,sem pressa de ir,sem desejo de ficar..
Minha mãe tinha palavras prontas e o maquinistas nem sabia disso...o dinheiro não lhe foi dado pra dois...então havia um plano de me esconder...
As malas nas mãos me pesavam mas eu as levavam,menino ,inocente ,mas crente que estava tudo certo ,por ordem me escondi de baixo das poltronas...e fui ligeiro ,pois a partida seria breve.Tocam se as sirenas...O trem se vai...
partindo em seu destino.Uma senhora se deu por companheiras assim trocaram conversas .Me esconderamem segredo por entre as pernas encobertas...São Paulo e Rio era frio.
Partiu o trem em sua viagem e a nossa esperança era a chegada.O vendedor de biscoitos passava de um vagão ao outro,mas que desgosto,minha mãe não tinha dinheiro ,mesmo assim pus-me a cabeça entre as pernas delas a pedir... Mãe quero biscoito ! Lá se foi o bicoiteiro a bater seu tabuleiro ,chorei de vontade...mas logo adormeci.
O trem fazia um coro sobre o trilhos e a noite se deitava nas montanhas ,as pontes se encurvavam sobre os rios e os postes de energia passavam a correr dos meus olhos e a paisagem não se conseguia ver direito.
A garoa se transformava em chuva e as cidades iam se a trocar de nomes , tão logo a madrugada nos deixasse chegaríamos ao Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro,mês de Janeiro ou fevereiro talvez,não me lembro muito bem.Descemos como forasteiros, numa missão de anjo mensageiro,determinado numa divina revelação e confirmado pela Palavra.
Meus primeiros anos de vida,seis anos se haviam passados,carros correndo,malas nas mãos,palavra no coração,uma só fé e comunhão...logo larguei da saia e na confusão do tempo um carro me pegou,caído ao chão ,quase sem vidas em sangue me esvaía.O motorista, a mãe , a consciência que tudo àquilo era por uma simples desobediência.
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