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A FOCA TUMÉ E O DIA DAS MÃES

A foca Tumé estava fora de casa, pescando para se alimentar para que não faltasse leite para o seu filhote Caxuté. O filhote estava ansioso, queria comer e como ainda não podia entrar no mar sozinho, andava com os outros filhotes que também esperavam suas mães.
Uma tarde eles pararam na praia, bem onde as ondas descansam da caminhada, e Caxuté disse:

- Pessoal, nossas mães estão trabalhando para não faltar comida para nós. Vocês sabem que amanhã é o Dia das Mães para os filhotes humanos? Eles presenteiam suas mães, fazem festa. Nós não fazemos nada, nada para dizer as nossas mães o quanto nós as amamos e dependemos delas.

- Ô Caxuté, acorda pra vida. Que presente nós podemos dar? Nós somos focas, focas, ouviu...ô ô... – falou alto um filhote descrente da capacidade das focas.

- Ora, eu vou te mostrar que nós, as focas, também podemos homenagear nossas mães, do nosso jeito, é claro, mas será um presente. Quem concordar comigo que se apresente.

Todos se juntaram e confabularam, segredando algo. Depois se separaram indo um na direção oposta do outro. Depois voltaram, outra vez cochicharam, para que a autora deste texto não ouvisse a conversa, e foram dormir porque já era noite. No dia seguinte, dia das mães, as focas voltaram extenuadas da pesca. Os filhotes não estavam na beira da praia como de costume. Para onde foram as crianças focas? Tumé, preocupadíssima, gritava pelo seu filhote e nada. As outras mães, também preocupadas, se juntaram à Tumé e partiram em busca dos filhotes.

Chegaram perto de um rochedo e, sobre as pedrinhas que forravam a areia estavam todos os filhotes arrumadinhos formando um círculo. No centro do círculo, Caxuté equilibrava, no focinho, uma concha de madrepérola fazendo malabarismos enquanto os outros filhotes, em pé, batiam palmas com suas nadadeiras, e rugiam imitando um canto no idioma das focas. As mães pararam emocionadas. Elas entenderam a cena, e qual é a mãe que não entende o filho? Depois de alguns minutos de espetáculo, Caxuté cansado, pois não comia há alguns dias, disse:

- Hoje é dia de festa para todos os filhotes. Nós agradecemos a vocês, mamães, o trabalho que têm conosco. Vão tão longe em busca de comida para não faltar o leite quentinho pra nós. Nada mais justo do que esta homenagem. Não temos presente para todas como os filhotes humanos, mas tudo que fizemos aqui foi de coração, foi com amor de filho pra mãe.

A foca Tumé, emocionada, correu para o seu filho. Foi tanto carinho que ela se esqueceu da comida. Então Caxuté, com a barriga roncando, gritou:

- Pessoal, é hora de comer... de mamar...

- É mesmo! Disseram todos.

E as focas mamães alimentaram seus filhotes e depois foram dormir, pois ninguém é de ferro.

Foi aí que a autora do texto entendeu a jogada dos filhotes. Eles se separaram para encontrar um lugar para a apresentação do espetáculo e Caxuté foi em busca de um objeto que seria a atração. Danadinhos! Quem diria! Criança é criança... eheheheheh.
(Maria Hilda de J. Alão)
(histórias que contava para o meu neto)

 
   
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