á pouco acordei,
com uma estranha sensação,
descrever até nem sei,
mas bem o sabe meu coração.
Brotou uma alegria no peito,
que até eu fiquei sem jeito,
ainda nem sei se é verdade ou não.

sei que foi apenas um sonho,
mas dentro de mim despertou,
algo que a tempos longos,
foi se, e jamais voltou.
Deixando me assim combalido,
fechado, entristecido,
deste jeito que sou.

Estava eu nem sei aonde,
naquele meu jeito calado,
como alguém que se esconde,
para não ser encontrado.
De repente alguém aparece,
a me abraçar se oferece
e quer caminhar a meu lado.

Confesso, não resisti,
deixei me abraçar e ser levado,
seu cheiro, seu calor eu senti,
ali bem do meu lado.
Apenas sei que sorria,
mas seu rosto eu não via,
não, não pude contempla-lo.

Eu me senti tão bem,
nos braços daquele anjo,
como se fosse um neném,
que um colo havia ganho.
Não mais me senti sozinho,
deixei me levar ao caminho,
um nos braços do outro.

E quando seu rosto contemplo,
mais encantado fiquei,
confesso, não me arrependo,
por ela me apaixonei.
E quando tentei beija-la,
percebi que sozinho estava,
por azar, me acordei.

Agora não sei o que faço,
se volto dormir a essas alturas,
se nos sonhos a tal dama eu caço,
ou espero voltar em data futura.
Só sei que agora a conheço,
seu rosto não mais esqueço,
quem sabe ela me procura.

Se acaso fores real
não fruto da imaginação,
por favor não deixa me mal,
mas leva em consideração,
aceita o que te proponho,
volta, mas não em sonhos,
e toma o meu coração.

Ladislau Floriano