Efuturo - Página para compartilhar seu talento literário na Web. Compartilhe seu texto, poesia, sentimentos. 22638 - O REI QUE NÃO GOSTAVA DE DOCES - MARIA HILDA DE J. ALÃO

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O REI QUE NÃO GOSTAVA DE DOCES

Num tempo que já vai longe, havia um reino governado por um rei muito triste. O seu palácio era pintado com tinta cinza, o manto real era de seda cinza, o céu, que ficava acima do palácio real, era coberto de nuvens cinzentas. O rei tinha fechado o seu reino e o seu coração para a alegria não entrar. Para as crianças tudo era proibido. Elas não podiam cantar nem dançar nem correr, tinham de ficar caladas andando nas pontas dos pés para não incomodar o rei.

O rei proibiu que fabricassem doces, balas, bolos e todas as guloseimas que as crianças adoram. E quando alguém perguntava o porquê da proibição, ele respondia: - crianças fazem algazarra quando comem doces. E por isso ele dizia enfático: - detesto doces!. Ficava na janela do palácio, horas e horas, olhando as crianças sentadas no chão da praça conversando bem baixinho para não perturbar o seu sossego. Depois se recolhia ao quarto real com os olhos vermelhos como se tivesse chorado.
Era neste reino que morava a menina Lisandra com sua cadelinha Lilica. Toda manhã a menina levava a cadelinha para passear pelas ruas do reino e quando estavam chegando perto do castelo do rei, ela dizia:
- Lilica, não pode latir correndo atrás dos passarinhos, ouviu!

A cadelinha balançava a cabeça, dando sinal de que entendera a recomendação. Que lugar silencioso! Parecia um imenso deserto. Um dia, já cansada disso, Lisandra foi conversar com a fada Lilás que era sua amiga. Ela queria saber o motivo da tristeza do rei. A fada Lilás contou a história. O rei estava casado há muito tempo e não tinha filhos. O seu sonho era ter muitos filhos correndo pelo castelo, muita risada, muita brincadeira, mas esta alegria a vida não lhe deu, e, assim sendo, ele resolveu decretar a lei do silêncio para as crianças e a proibição de tudo que as elas mais gostam. Então era isto.

Foi de Lisandra a ideia. Já que não podiam brincar no reino que tal brincar em outro lugar bem longe. De repente as crianças começaram a desaparecer. Era sempre depois que elas voltavam da escola. Depois de um tempo, os pais começaram a se preocupar. Aonde iam as crianças depois das aulas? As queixas chegaram ao palácio. O rei, intrigado, chamou seu primeiro ministro e perguntou:
- Onde estão as crianças?
- Majestade, ninguém sabe. Elas, simplesmente, sumiram. – respondeu o ministro temeroso, pensando nos seus
cinco filhos que também sumiam e voltavam à noitinha, sérios e compenetrados, sem dizer onde estiveram.
- Então mande apurar. Eu quero saber o que está acontecendo. – ordenou o rei.
E assim foi feito. O ministro foi à presença do rei com a resposta:
- Majestade, as crianças, todas incluindo os meus filhos, depois das aulas e de cumpridas as tarefas, elas vão, sorrateiras, para a floresta.
O rei ouviu calado. Levantou-se do trono, e disse ao ministro:

- Amanhã eu quero ir até a floresta. Preciso ver o que está acontecendo.
Assim foi feito. Quando o rei chegou ficou admirado. Dentro da floresta verdadeira havia outra floresta toda feita de chocolate. As árvores, as frutas, as flores, os pássaros, os bichos, os rios, córregos e riachos, tudo era de chocolate. As pedras eram feitas de torrão de açúcar mascavo com gotas de chocolate, assim como os morros e as montanhas. Foi a fada Lilás quem fez a mágica. O rei ficou parado vendo a alegria das crianças. Elas corriam, riam alto e comiam os frutos de chocolate. Para beber era só se agachar, e com um canudinho, sugar o chocolate quentinho do rio. Depois foram brincar de roda. Cantaram uma canção que fez cair lágrimas dos olhos do rei.

Onde eu moro tem um rei
Que impôs a solidão
Proibindo doces e brincadeiras
Ele é um bicho papão.

Neste momento elas ouviram uma voz forte, era o ministro:
- Sua majestade, o Rei. – e bateu com a ponta de espada furando o chão de chocolate da floresta. As crianças ficaram em silêncio. O rei se aproximou, ainda tinha uma lágrima no canto do olho, e disse:
- Continuem, continuem... é muito bonita a canção.
Lisandra, com todo o respeito, chegou perto do rei e com o seu lencinho de seda na mão pediu:
- Senhor rei, posso secar esta lágrima que está no canto do seu olho?
- Pode sim, menina.

E Lisandra secou a lágrima real. Depois, tomando o rei pela mão, o levou para conhecer a floresta de chocolate. O rei subiu e desceu morros, bebeu chocolate do rio, subiu na goiabeira e saboreou uma gostosa goiaba de chocolate branco. Correu atrás de uma borboleta de jujuba com os olhinhos de chocolate. Descobriu, no meio do capim açucarado, um leão de chocolate com a juba de creme de amêndoas; uma cobra listrada de chocolate marrom e branco; um coelho branquinho, de açúcar, com olhos de amendoim com cobertura de chocolate.

A guarda do rei estava preocupada e os soldados diziam uns aos outros: "você viu como o rei mudou?" Já não estava triste. Pela primeira vez eles viram um sorriso no rosto do monarca. Quando se cansou de tanta brincadeira, o rei pediu silêncio, ele ia falar.
- Crianças, a partir deste momento, eu devolvo a vocês o direito de brincar, sorrir e cantar muito e comer muito doce. Quero muita alegria, quero fazer parte do mundo infantil, embora eu seja um rei um tanto velho.
As crianças bateram palmas, e fizeram uma roda em torno do rei cantando uma nova canção.

Chegou a hora da folia
Nosso rei restaurou a alegria
Xô tristeza, vá embora,
É aqui que a felicidade mora.

E, a partir daquele momento, o rei abriu as portas do palácio para as crianças do seu reino que lhe deram a felicidade que ele tanto desejava.

(Maria Hilda de J. Alão)

 
   
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