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DESABAFO

Naquela nação distópica,
abaixo da linha do Equador,
a Pandemia não era utópica,
o isolamento suscitava pavor!

Lá onde os Pet’s,
eram animais eruditos,
alguns os chamavam de Nerds,
pelo ínclito saber inaudito!

Deveras, era terra tupiniquim,
onde o despotismo era entronizado,
com os Pet’s indo ao botequim,
como uma plêiade de indignados!

Naquela pátria onde o povo,
eram subservientes pela pobreza,
bradavam o seu socorro,
exclamando palavras em franqueza,
que a escolha era por um cachorro amigo,
do que por um amigo cachorro,
e que políticos em desdouro,
eram parasitas em abrigo!

Os Pet’s em ígnea inspiração,
no botequim reunidos,
com “Jack Daniel’s”, em degustação,
desabafavam sobre seu país corrompido!

Com os Pet’s em seu entusiasmo atiçado,
pela sinceridade florescida,
o desabafar foi ativado,
por palavras em estrofes enfurecidas:

Oh! Vida de Tentações!
Num sistema carcomido!
Granjeando decepções!
Ensejando-nos castigos!

Oh! Plangente realidade;
prostituindo a inocência!
Cafetões em ferocidade,
espancando sem clemência!


Oh! Velhice em desamparo;
agonizando pelo desprezo!
Seus herdeiros ordinários;
estão pensando só no dinheiro!

Você é o importante arquiteto,
para a sua sorte ou triste azar!
Deus haverá de estar por perto,
se é o amor que você quer achar!

Em todas verdades existem mentiras!
Todas as respostas são muito dúbias!
Em todos sonhos existem utopias!
A morte encerra todas as dúvidas!

Oh! Virtuosas amizades;
que se acabaram por mentiras!
Esqueceram que a lealdade;
não machuca a quem se estima!

Oh! Religiões maquiavélicas;
com seus fiéis hipnotizados!
Com doutrinas deletérias,
e dinheiro sendo furtado!

A devoção não está no joelho que se dobra,
mas no coração que se vê dobrar!
Ter fé, é ter Deus à sua volta,
para boas ações você praticar!

Oh! Juramentos mentirosos;
por perfídias conjugais!
O desamor criando destroços,
pela infidelidade de casais!
Todos com suas máscaras,
a mostrar o que não são!
Protagonistas em devassa,
prostituídos pela ambição!

Neste palco de atores,
em que o roteiro é implacável,
vencedores e perdedores,
fazem o show ser deplorável!

Reverenciando o nada,
nesta sumária passagem;
a desilusão é venerada,
pelo materialismo tão selvagem!

Somos penitentes escravos,
em um sistema consumista;
nossos desejos ensejam laivos,
para o sucesso em conquista!

Oh! Quantas futilidades,
desperdiçaram o nosso tempo!
Somos seres incontroláveis,
querendo mais a todo momento!

Que ordem econômica ordinária,
que produz tantos miseráveis,
tendo uma elite eivada e reacionária,
e ascosos políticos imprestáveis!

Esta casta de pífios empresários,
mamando nas tetas do governo,
pagando percentuais milionários,
para um país em desgoverno!

Quantos contratos fraudados!
Quantas licitações compradas!
Quanta exploração de assalariados,
vendo sua esperança ser trucidada!

Num país de iletrados,
a sujeição é garantida,
o povo é tratado como gado,
indo para o matadouro todos os dias!

A servidão é bem arquitetada,
em benefício de uns milionários,
assim, a mão de obra fica barata,
em um país de pobres coitados!

Oh! Selvagens pervertidos;
estuprando cândida pureza!
É o sexo sem sentido;
fixando traumas e cáustica tristeza!

Oh! Condenadas prisões;
inspirando sórdidas quadrilhas!
Formando bando de ladrões;
pela impunidade assassina!

E a ilustre plêiade de Pet’s, em suas mesas
adornadas por “ Chivas Regal “, “ Jack Daniel’s “,
e “ Ballantines “, desabafavam em fervor:

O crime não compensa!
É verdade já provada!
Tantas vidas com sentenças,
arrependidas e destroçadas!

Quantos espíritos na prisão,
aflitos e desesperançados!
Castigados pela escuridão,
sentindo o inferno ao seu lado!

O bem sempre vence!
A maldade é desgraçada!
Praticar o mal é indecente;
é a consciência infernizada!

Anarquia ufanista,
revelando sua estupidez!
Os políticos vigaristas,
vão nos enganando outra vez!

Oh! Escolas públicas virulentas;
com alunos sem aprendizado!
A Educação tão desatenta;
traz um Presidente semialfabetizado!

Porquanto! Não faças ao outro,
o que não queres que façam a ti!
Sua liberdade é o seu tesouro!
Seu livre-arbítrio vai decidir!

Oh! Milícias empossadas;
assassinando por vingança!
Chacinas sendo executadas;
deixando a lei sem importância!

Oh! Milionários egocêntricos;
que se servem dos miseráveis!
São desavergonhados e peçonhentos;
impondo a penúria e desigualdades!

Oh! Cruéis e perniciosos traficantes;
sentindo prazer em formar viciados!
O dinheiro é seu Deus edificante!
Querendo que filhos sejam crucificados!

Muitos são os que amam;
pouquíssimos, os que sabem amar!
O amor não é engano!
É fidelidade a congraçar!

Oh! Guerras de carnificina;
enlutando pela barbaridade!
Não aprendemos a triste sina;
do ódio que sepultará a humanidade!

Oh! Hombridade quebrantada;
na retidão em fugacidade!
A desonestidade é exaltada;
anunciando que o dinheiro é a felicidade!

Quantos médicos mercenários,
que lucram com as doenças!
São sôfregos pelos honorários!
Doutores negociando a indecência!

Com o juramento hipocrático sepultado,
pela vida de pacientes em comércio!
O seu poder é transplantado,
para fins agora maléficos!

Hoje!
Menospreza-se o correto!
Desvaloriza-se a integridade!
O dinheiro é o Deus funesto;
conspurcando a sociedade!

A vida é feita de fases;
de alternâncias e mudanças,
com venturas e infelicidades,
com desejos em constância!

O diabo está em cada um de nós,
agindo sob várias formas!
A barbárie é porta-voz,
da sandice que nos deforma!

Oligarquia gananciosa,
corrompida pelo poder!
São serpentes ardilosas,
que deixam o povo a perecer!

Nós começamos a refletir,
sobre a odisseia que vivemos,
e a decepção em nosso sentir,
traz a prostração que não queremos!

Desdita odisseia humana,
com seus rancores e vinganças!
Sua essência beligerante se inflama,
fixando incertezas e desesperanças!

Oh! Multidões em solitude,
magoadas por desventuras!
Sua passagem em finitude,
é presa por grilhões de conjecturas!

Estamos à procura de verdades;
às quais jamais conheceremos!
Dogmas geram ambiguidades!
Nossa existência desconhecemos!

A humildade foi destituída!
A soberba está empossada!
A raça humana é prostituída,
pela ostentação famigerada!

A expressiva luta pela vida,
é conviver com as provações!
Desenganos deixam pessoas comovidas,
exaltando a fé pelas orações!

A criança é a inspiração,
de uma bênção em amor!
É uma aura em vibração,
pelo sentimento em primor!
Rebentar de afeto,
que se torna visível,
com trejeitos diletos,
pela candura aprazível!

Seu nascimento na pureza,
como anjo abençoado,
se deturpa pela frieza,
de um sistema contaminado!

Estamos propensos a tantos riscos,
que nos levam aos contratempos!
Viver é uma aventura de perigos,
que nos trazem muitos tormentos!

Sua sublime paz e tranquilidade,
a qualquer hora podem-se quebrantar!
São os reveses que sem piedade,
suas lágrimas conseguirá derramar!

Em instantes! Tudo num instante!
Circunstâncias alteram seu destino!
Imprevistos são tão angustiantes!
Acidentes deixam você em martírio!

Por mais que tenhas atenção,
num átimo, tudo pode mudar!
Fatalidades causam prostração!
É o infortúnio que não se pode olvidar!

Enfim! Vivemos o incerto!
Em que alegrias e tristezas,
estarão sempre por perto!

Oh! Dubiedade cáustica,
impondo verdades ao inverossímil!
A raça humana procaz exalta,
ígneos deleites por desatinos!

As escolhas que fazemos;
as oportunidades que perdemos,
mudam nossos destinos;
suscitam vários caminhos!

Judiciário de benesses e regalias,
com o nepotismo e iniquidades!
Em sua essência carcomida,
aprecia a secular morosidade!

A lei é deveras um engodo,
ao preceituar sem nenhum estorvo,
que perante ela somos iguais,
e que julgamentos justos são vitais!

Mas não é isso que se vislumbra!
Pois, o rico é o privilegiado;
o pobre vive na penumbra,
com seus direitos vilipendiados!

A vasta estupidez humana,
insolente em sua insignificância!
Sua insensatez se inflama,
pelas maldades em predominância!

Nesta nossa terra de rapinagem,
colonizado por sem-vergonhas;
o legado foi a sacanagem,
pois, a pilhagem era boa!

Em nosso país continental,
de imensas riquezas naturais;
sua pobreza é intencional,
forjada por ações internacionais!

Nossa gente semianalfabeta,
foi estratégia capitalista;
mão de obra barata e certa,
para uma ignorância sufragista!

Manipulação de mentes,
com artimanhas astuciosas!
Nosso povo sempre contente,
na obediência cega e vitoriosa!

Desestruturada Educação,
para formar a subserviência!
O antipatriotismo era a solução,
para não ter heróis em resistência!

Sem identidade e sem cultura,
nossa gente ainda está!
República libertina e espúria,
sustentando marajás!

Vivenciamos a vida,
na certeza da morte!
Curta permanência consumida,
por desencantos e dúbia sorte!

Quantas almas aflitas,
por conhecer desilusões!
O relevante desafio da vida,
é suplantar as frustrações!

Como entender o mistério,
do porquê de nossa existência!
Nossa ignorância não é despautério,
pelos enigmas em evidência!

Vida e morte trilhando juntas!
Neste teatro de ilusões!
A ganância ensejando culpas,
ofertando torpezas em multidões!

Deus haverá de estar sentido;
pela criação de rebentos insanos;
confidenciando ao seu filho;
que talvez foi um grande engano!

Ah! Vida de inflexões!
Conhecendo altos e baixos!
Vamos seguindo em direções,
que ficarão nossos pedaços!

Oh! Desabafo,
que não escamoteia nossas imperfeições!
Somos tudo!
Somos nada!
Somos pérola partida!
Somos a verve excitada;
Somos a autenticidade revelada,
extravasando nossas emoções!

Já era de madrugada quando
os Pet’s terminaram os seus
desabafos, e não se davam conta
do botequim lotado obedecendo-se o
distanciamento; dos olhares
admirados, em rostos mascarados para
escapar ao contágio,
e das saudações que ressoavam
a magnitude de sua autenticidade pelos
desabafos tão viscerais e contundentes.

De repente, num silêncio casual, um senhor
de idade avançada, de barba branca e jeito
simpático, ri e se levanta apoiando-se em sua
bengala, e em pé com suas costas arqueadas
pelo tempo, levanta o seu copo de cerveja e
diz: uma coisa nesse mundo me causa grande
admiração: é a humanidade dos animais
e a animalidade dos homens. E ele faz um brinde
a todos!

 
   
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