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UM MENINO CONTRA A DENGUE Como muitas histórias, essa também começa com:
Era uma vez...
Um garoto feliz, engraçado, inteligente, adorava brincar e jogar bola. Seu nome era Porfírio, porém todos os chamavam apenas de Popô.
Diziam que ficava mais fácil.
Ele nem reclamava, respondia alegremente aos dois nomes.
Era Popô pra cá, Popô pra lá, as vezes alguém se lembrava e chamava Porfírio.
Popô era um menino sonhador e como num sonho, conseguia criar um mundo mágico, só dele, mas que todos eram bem-vindos!
Um dia começou a chover muito e sua mãe falou!
_Popô está chovendo canivetes!
Coitado do menino, saiu correndo e escondeu-se embaixo da mesa, com medo de que os canivetes caíssem em sua cabeça.
Ele só saiu de baixo da mesa quando sua mãe afirmou que chover canivetes é apenas uma forma de falar e que era o mesmo que dizer: está chovendo muito.
Popô já estava até planejando como salvar o mundo daquela chuva de canivetes... havia até pensado em criar um guarda-chuva de aço para proteger as pessoas.
Quando a chuva terminou, a sua mãe comentou com o seu pai!
_ Temos que ter cuidado com a Dengue! Dona Zilu ficou uma semana doente, com dores, nem foi trabalhar, ficou de cama.
Ao escutar a mãe comentando sobre a Dengue, Popô perguntou:
_ Mamãe, o que é a Dengue?
A mãe respondeu:
_ Dengue é uma doença que é transmitida por um mosquito chamado Aedis Aegiptis.
Popô coçou a cabeça, e falou:
_ Eu não sabia que mosquito tinha nome?
Ele já ouviu falar em Egito e que lá havia pirâmides, camelos, um deserto com muita areia por todos os lados.
Começou a imaginar, já que o nome do mosquito parecia com Egito, quem sabe os mosquitos viviam lá, em sua imaginação ele via um mosquito andando de camelo em pleno deserto, com montes e montes de areia.
Em seguida Popô perguntou?
Esses mosquitos moram no Egito e vêm pra cá?
_ Não, respondeu a mãe.
Esse é um nome complicado, em geral usado pelos médicos, mas esse mosquito é muito comum e não mora no Egito, ele faz a sua casa onde existe água limpa parada.
Seu pai acrescentou:
_ Por isso é importante nunca deixar vasilhas com água parada, por exemplo, acabou de chover, devemos verificar em nosso quintal se em algum local ficou alguma poça de água limpa, pois se o mosquito vier morar nessa água nós poderemos ficar doente.
_Após fazer sua morada na água limpa, o mosquito começa a atacar as pessoas.
Popô ao escutar isso, olhou para o lado, pegou uma vassoura velha que estava encostada na parede e começou a pilotar o seu avião imaginário, pois se os mosquitos iriam atacar as pessoas, ele tinha que defender os seus amigos dos ataques terríveis.
O seu pai olhou para o seu filho montado na vassoura e não entendeu muito, porém chamou o filho para ir ao quintal procurar por latas e vasilhas onde poderiam existir futuras moradias do mosquito.
_ Achei uma latinha com água parada! Disse a mãe.
Popô e seu pai aproximaram-se para perto da latinha que estava nas mãos da mãe.
_ Essa simples latinha com um pouco de água limpa, pode virar casa de mosquito e fazer com que a gente aqui em casa ou os nossos vizinhos fiquem doentes. – retrucou a mãe.
O pai em tom brincalhão falou!
_ A Zilu ou os seus vizinhos, deixaram água parada, criaram mosquitos e ela ficou “dengosa”.
Popô imaginou a Zilu com cara de gato, e perguntou:
_ Papai, a Zilu e as pessoas atacadas pelo mosquito, ficam com cara de gato?
O seu pai não entendeu e perguntou:
_ Por que cara de gato?
_ Vovó não tem um gatinho chamado “dengoso”, quando o mosquito ataca as pessoas ficam parecidas com o dengoso?
O pai sorrindo responde:
_ Não filho, às vezes a gente brinca dizendo que quem tem dengue fica dengoso, mas apesar da brincadeira a coisa é séria, pois essa doença é muito má, e prevenir dela é muito importante.
Popô começou a imaginar novamente, dessa vez ele pensou que ele fosse o Presidente do Brasil, já que como é tão importante que até o homem mais importante do Brasil deveria participar, nessa luta contra a Dengue.
Popô perguntou ao pai:
_ É tão importante que até o presidente do Brasil deveria esvaziar as latinhas do seu quintal.
A sua mãe sorriu e lembrou:
_ Essa é uma luta de todos, nós temos que fazer a nossa parte e esclarecer as outras pessoas para que elas também façam a parte dela, senão quem ganhará essa guerra é o mosquito.
Popô ao ouvir isso, pegou a sua vassoura que antes era um avião, agora passou a ser uma bandeira, grande, verde e amarela, azul e branca, igual a bandeira do Brasil e ele ao erguer a bandeira, comentou:
_ Temos que avisar aos nossos vizinhos! Vamos vencer essa guerra!
O pais abraçaram o seu filho, e em seguida, orgulhoso, ele foi até a cerca do seu quintal, chamou o vizinho que estava sentado em baixo de uma árvore e começou a falar sobre a Dengue.
O vizinho ficou tão impressionado com aquele menino, que resolveu ajudá-lo, chamou o pai dele e juntos saíram pela rua falando sobre como se prevenir da dengue com os outros vizinhos.
Fizeram cartazes, folhetos, reuniões, enfim todos fizeram a sua parte.
O tempo passou e nenhum morador daquele bairro pegou a dengue, um dia o telefone tocou e eles souberam que no bairro vizinho, sua prima havia sido atacada pela dengue.
Seu pai, após o telefonema chamou o seu filho e disse:
Sua tia ligou e comentou que se no seu bairro tivesse um garoto como você, nenhum morador pegaria a dengue e que você foi um verdadeiro herói.
Popô sorriu e orgulhoso e em seguida foi brincar.
Aquele menino que imaginou ser um piloto de avião, presidente da república, agora havia virado um herói, na verdade era um simples menino, que com um mundo de sonhos conseguiu mudar uma realidade, pois ele sabia que mesmo um sonho quando alguém acredita, este começa a realizar e que a luta não era só de um sonhador, mas de seus pais, vizinhos e até do presidente da república. Esse herói que evitou a dengue no seu bairro, não tinha capa, nem super poderes, era apenas:
UM MENINO CONTRA A DENGUE!
FIM!
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