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PERDAS DE INFÂNCIA PERDAS DE INFÂNCIA
E...Y...L
Recordo, quando ainda criança
encantava-me o colorido das flores,
as cigarras com seus sons estridentes,
o bailar dos vaga-lumes enfeitando a noite,
o pai, jovem e forte voltando para casa,
a voz de minha mãe anunciando o jantar.
Havia em mim uma ternura natural
em um manancial inesgotável.
Até que um dia batizei esta ternura
e dei-lhe o nome “DE AMOR”.
Passei a procurar alguém que fosse capacitada
que o merecesse e pudesse recebê-lo.
Sobrevieram os sonhos, as ilusões, as fantasias,
aprendi a ser desconfiado, atento aos gestos,
a estudar os olhares, das beldades que me rodeavam,
se iriam acariciar, ou se falsos, atraiçoar-me.
Enchi-me de medos, passei a viver inquieto,
adicionando a minha doçura, a vaidade e o egoísmo.
O meu largo caminho estreitou-se transformado
em um perigoso e profundo desfiladeiro
onde só posso continuar em fila única.
Cerquei-me de pedras frias, achando-me protegido
e ingeri esfomeadamente aquele pão!
Temendo que algum dia me faltasse.
Na perda de minhas virtudes, comecei ansiosamente
a esperar da vida, a implorar por certos milagres,
acreditando ser supérfluo o toque de carinho
e abdiquei das valiosas e sinceras amizades.
Esqueci do menino brincando enternecido no jardim,
que com pureza beijava as pétalas aveludadas das rosas.
Embora jovem! Em mim a seriedade dos adultos,
em uma liturgia concentrada em tristezas,
encerrado em um casulo, prisioneiro do passado,
impossibilitado de sorrir, de ser completamente feliz.
De meus dias digiro o amargo saudoso e decepcionado.
E...y...L?
Elio Moreira – TORRES =RS 191 LIVROS PUBLICADOS
AIL Imortal Cadeira 37 A PREDESTINAÇÃO
Cônsul Internacional Do Movimento União cultural
Secretário Geral da Ordem dos Poeta do Brasil
Membro da IWA –
International Writers And Artistsassociation - USA
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