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DOCE AMARGOpelas muitas bocas falo.
Ouço por muitos ouvidos.
Pelos muitos olhos vejo bem claro,
Cidadãos que tem sofrido.
No desejo de todas as idades,
Encontrar a felicidade,
Mas o caminho é perdido.
Na busca do ouro e da prata,
Na busca por satisfação,
Nas lutas que o ser se acha,
Se afoga na mais pura ilusão.
Confiamos em nossos semelhantes,
Até vermos que somos todos farsantes,
Lobos, se fingindo de bons.
E ai? O que nos espera,
Do outro lado da esquina?
Se cruzamos, vemos brutas feras,
Se ficamos, somos feras assassinas.
Por nós mesmos somos julgados,
Por nós mesmos somos condenados,
E o sentimento definha.
Se até mesmo dentro de um lar,
Onde o amor deva ser vivido,
Se nada esta, onde deveria estar,
Cai por terra o que fora construído.
A língua se torna em chicote,
E não ha quem se suporte,
Nada mais faz sentido.
Vê se então que a tempestade,
Se aproxima com escuridão.
A mentira toma o lugar da verdade,
O mocinho se torna em vilão.
O doce se torna amargo,
Em covardes se tornam os bravos,
E foge de nós a razão.
Ladislau Floriano
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